O primeiro-ministro da Grã-Bretanha, David Cameron, descartou neste domingo a possibilidade de enviar tropas terrestres para a Líbia, dizendo que é importante acatar a ordem da ONU e não tomar nenhuma atitude que possa alienar o mundo árabe.
"O que dissemos é que não se trata de uma invasão ou ocupação - não é o caso da Grã-Bretanha colocar suas botas no território. Não é o que estamos fazendo aqui," disse ele à Sky News durante uma entrevista, respondendo a uma pergunta sobre o aumento da ajuda militar ao país.
Falando de Oxfordshire, no sul da Inglaterra, ele disse que a missão da aliança ocidental era bem clara: fiscalizar o cumprimento da zona de exclusão aérea e continuar com as incursões aéreas para destruir os tanques e artilharia de Muamar Kadafi que estão sendo usados para matar civis.
"Está muito claro que devemos nos ater aos termos da resolução do Conselho de Segurança da ONU. Devemos manter o apoio do mundo árabe e acho que é muito importante nos assegurarmos que isso seja feito da maneira certa," disse ele.
A Resolução 1973, que estabeleceu a zona de exclusão aérea, autoriza as forças a tomar "todas as medidas necessárias" para proteger os civis, ao mesmo tempo em que exclui "qualquer forma de ocupação estrangeira, em qualquer parte do território líbio."
Cameron disse que, exceto enviando tropas terrestres, a aliança ajudaria de qualquer outra maneira para parar Kadafi, "libertando o povo deste inferno em Misrata" e outras cidades ao longo da costa da Líbia.
Reiterando comentários que ele fez na sexta-feira, em conjunto com o presidente does EUA, Barack Obama e o presidente da França, Nicolas Sarkozy para um artigo de jornal, Cameron disse que Gaddafi precisa sair.
"Não tenho dúvidas que o coronel Gaddafi tem a intenção de matar pessoas em Misrata, assumindo o controle dessa cidade e seguindo em direção à Benghazi, onde tenho certeza que se ele chegar lá, haverá um banho de sangue," analisou Cameron.