Operação de guerra
As autoridades mexicanas deslocaram mais de 50 mil turistas nos últimos três dias, temendo a chegada do furacão "Dean", informou nesta segunda-feira o Ministério de Comunicações e Transportes do México.
Os turistas mexicanos e estrangeiros foram retirados em cerca de 700 operações aéreas comerciais, gerais e de resgate. A base principal foi o Aeroporto Internacional de Cancún.
Os mexicanos foram levados à Cidade do México e a Toluca, a cerca de 60 quilômetros da capital mexicana. Os estrangeiros embarcaram rumo a Nova York, Newark, Miami, Houston, Atlanta e Denver, nos Estados Unidos, além de Montreal e Calgary, no Canadá, e a cidades européias.
O Sistema Meteorológico Nacional informou às 17h (19h de Brasília) que o "Dean" se encontrava a 435 quilômetros de Chetumal e se deslocando a uma velocidade de 32 km/h. Companhias aéreas aumentaram suas operações para retirar mais turistas.
Apesar da emergência, segundo o Ministério de Comunicações, o serviço de transporte aéreo trabalha com a sua "máxima capacidade".
As autoridades decretaram "alerta laranja" (preparação para evacuação por iminência de inundações) nos estados de Veracruz, Iucatã, Campeche e nas plataformas petrolíferas no Golfo México.
Quintana Roo, o estado que mais atrai turistas no país, está em "alerta vermelho" (perigo máximo).
O secretário (ministro) de Segurança Pública, Genaro García Luna, informou que se estabeleceu um reforço territorial de 550 agestes de segurança e auxílio social na península de Iucatã.
O Exército mexicano iniciou uma operação para proteger a população, com 105 patrulhas, dois veículos anfíbios e dois aviões Boeing 727 de alta capacidade operacional.
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O furacão Dean, que entrou na categoria 5 (a mais perigosa), chegou à costa caribenha do México nesta terça-feira (21) com ventos fortes e chuvas pesadas que forçaram milhares de turistas a procurar abrigos. A tempestade, que já matou 11 pessoas em sua passagem pelo Caribe, atingiu a costa perto do porto de Costa Maya, na região da fronteira com Belize.
Furacões de categoria 5 são raros, mas foram registrados quatro em 2005, incluindo o Katrina, que devastou Nova Orleans, nos Estados Unidos. O Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos disse que esta é a primeira tempestade de categoria 5 a atingir a Bacia do Atlântico desde o furacão Andrew, em 1992.
O Dean tinha ventos de 268 quilômetros por hora e rajadas mais fortes quando chegou à costa, mas deverá perder força na passagem pela península Yucatán. Os turistas concentraram-se em um hotel que serve de abrigo para 400 pessoas em Playa del Carmen, onde os ventos violentos balançaram as palmeiras. Alguns quartos estão abrigando até 12 pessoas. "Podemos ficar dois ou três dias sem água e eletricidade", disse a italiana Emanuela Beriola, de 41 anos, que estocou carne enlatada, bebidas energéticas e atum.
O Dean deve cruzar Yucatán e chegar ao Golfo do México antes de voltar à costa, no Estado mexicano de Veracruz. No México, soldados e policiais patrulham a região turística para garantir o toque de recolher decretado pelo governo estadual.
Em 2005, a península Yucatán foi devastada pelo furacão Wilma, que atingiu Cancún e outras praias, matando sete pessoas e provocando 2,6 bilhões de dólares em danos. A estatal petrolífera do México retirou todos os funcionários de seus 407 poços em Campeche Sound, em perdas de 2,65 milhões de barris por dia.
Em Belize, ex-colônia britânica de 250.000 habitantes, a tempestade levou chuvas fortes. Na Jamaica, onde o furacão passou no fim de semana, estradas estão bloqueadas por árvores caídas e postes de energia. Duas pessoas morreram, segundo a polícia.
Ao todo, 11 pessoas morreram em conseqüência da passagem do furacão. O Haiti foi o mais atingido, com quatro mortes.
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