Membros do governo argentino afirmam que a denúncia contra Cristina Kirchner apresentada pelo promotor Alberto Nisman, que foi encontrado morto com um tiro na cabeça no domingo (18), foi escrita por uma outra pessoa.
"Nisman não pode ter escrito essa cretinice, cheia de erros jurídicos. Quando mais se relê, mais se percebe que é fraca e não tem suporte", afirmou o secretário-geral da Presidência, Aníbal Fernández.
A denúncia de Nisman apontava que a presidente Cristina Kirchner, o chanceler Héctor Timerman e um grupo de supostos agentes de inteligência armaram um plano para encobrir suspeitos iranianos do ataque à Amia (Associação Mutual Israelita Argentina), que aconteceu em 1994 e teve 85 vítimas.
Pela denúncia, um acordo de entendimento entre os dois países assinado em 2013 tinha como propósito oculto livrar os iranianos. Para Nisman, extra-oficialmente, a Argentina iria pedir à Interpol que deixasse de procurar os suspeitos.
Não é a primeira vez que um governista afirma que Nisman não é o autor real da denúncia contra Cristina. A própria presidente já sugeriu isso, no primeiro texto que publicou sobre o caso. Em uma série de perguntas retóricas sobre o caso, ela escreveu "Quem pode crer que alguém que tinha uma denúncia tão grave (...) saiu de férias e de repete as interrompe no meio do recesso judicial, sem avisar o juiz da causa, apresenta uma denúncia de 350 folha que evidentemente tinha preparadas com antecedência? Ou será que alguém as entregou quando ele voltou?"