O deputado Xavier Becerra pediu na terça-feira que o seu nome não seja mais cogitado pelo presidente eleito Barack Obama para o cargo de principal representante comercial dos Estados Unidos.

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Becerra, recém-eleito vice-presidente dos democratas na Câmara, disse que pretende dedicar suas energias a essa tarefa parlamentar e atuar na Comissão de Orçamento, uma das mais importantes do Congresso.

"Vejo agora uma rara oportunidade de levar até a linha de chegada grande parte das atividades não concluídas da América. Investimentos em nossa infra-estrutura e em nossos trabalhadores, saúde pública universal, reforma abrangente da imigração e limpeza de um código tributário fora de forma e ultrapassado," disse nota assinada por Becerra, deputado pela Califórnia desde 1992.

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Há duas semanas, Becerra surgiu de forma surpreendente como favorito ao cargo de representante comercial, responsável por negociações comerciais do país com o exterior. Ele chegou a viajar a Chicago para se reunir com Obama.

Becerra teve apoio de sindicalistas na oposição contra um acordo de livre-comércio com países centro-americanos, alegando falta de garantias ambientais e trabalhistas. Mesmo assim, grupos empresariais estavam otimistas com a virtual indicação dele, por ter no passado apoiado outros tratados comerciais, como o Nafta (com México e Canadá), e a normalização das relações comerciais com a China.

Com a saída de Becerra da lista, um nome que passa a ser bem cotado é o de Dan Tarullo, professor de Direito na Universidade Georgetown, ex-funcionário da Casa Branca e ex-assessor de campanha de Obama.

Muitos dizem, porém, que Tarullo prefere ser subsecretário de Tesouro para assuntos econômicos internacionais.

Outros citados para o Escritório de Representação Comercial são o ex-deputado Harold Ford, atual presidente do Conselho da Liderança Democrata, e o ex-prefeito de Dallas Ron Kirk, que admitiu ter conversado com a equipe de transição de Obama para assumir um cargo no futuro governo.

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Grupos empresariais esperavam que Obama fizesse esse anúncio antes do Natal, algo que agora parece improvável.

Membros da equipe de transição já se reuniram com a Câmara de Comércio dos EUA, mas revelaram poucos detalhes sobre os planos de Obama para o comércio exterior em 2009.

Muitos prevêem que essa questão ficará em banho-maria, já que a prioridade de Obama e do Congresso deve ser a aprovação de um pacote de estímulo contra a recessão.

Obama prometeu durante a campanha reabrir o Nafta para incluir regras ambientais e trabalhistas mais rígidas. Isso despertou na comunidade empresarial o temor de que haja negociações muito prolongadas, o que poderia enfraquecer ou inviabilizar o bloco comercial criado há 14 anos.

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