A Promotoria boliviana confirmou a existência de um processo contra o presidente Evo Morales no qual ele é acusado de genocídio pela forte repressão a marcha de indígenas que rejeitam a construção de uma estrada numa área florestal do país.
A denúncia, realizada por parlamentares da oposição, foi admitida na sexta-feira pela Procuradoria Geral, em Sucre, capital constitucional da Bolívia, afirmou neste sábado à Efe o deputado Tomás Mosteiro.
O parlamentar justificou o delito de genocídio pois o código penal do país diz que essa figura não é aplicada somente em casos de morte, mas também em agressões aos direitos humanos e eventos que obriguem o deslocamento de pessoas.
"Mulheres foram maltratadas e amordaçadas, crianças golpeadas, houve uso desmedido de violência. O presidente não atuou de acordo com as leis para evitar que isso acontecesse", disse Mosteiro.
A promotoria terá 30 dias para investigar a denúncia. Se encontrar provas suficientes, Morales pode ser submetido a um julgamento.
Cerca de 500 agentes atacaram no domingo passado com bombas de efeito moral e cassetetes um acampamento indígena na localidade de Yucumo, amordaçaram seus líderes e mulheres e levaram dezenas deles à força para povos vizinhos.
Um informe divulgado na quinta-feira pelo Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos detalhou que o ataque deixou mais de 100 feridos e que cerca de 200 indígenas foram detidos. A ação gerou uma onda de protestos em todo o país e deflagrou uma crise institucional: dois ministros, um vice-ministro e vários funcionários perderam seus cargos.
Morales pediu perdão mas negou responsabilidade no incidente. Neste sábado, os indígenas retomaram a marcha, que tem o objetivo de impedir a suspensão da construção de uma rodovia dentro da área do Parque Nacional Isiboro Sécure.
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