Dois grupos de astrônomos anunciaram na segunda-feira (20) a descoberta de dois exoplanetas, os mais jovens conhecidos, com 2 e 11 milhões de anos de idade (a Terra tem 4,5 bilhões de anos), o que pode ajudar na pesquisa sobre a formação de sistemas planetários.
O menor dos exoplanetas orbita a estrela V830 Tau, que se encontra a 430 anos-luz da Terra.
Este exoplaneta é um gigante gasoso com uma composição similar a de Júpiter, e percorre uma órbita em torno de seu planeta em apenas 4,93 dias (100 vezes menos que a de Júpiter em torno do sol), assinala um grupo de cientistas canadenses e franceses em artigo na revista Nature.
O outro exoplaneta, batizado de K2-33b, está situado na constelação de Escorpião a 470 anos-luz da Terra, e localizado em uma órbita muito próxima à sua estrela (K2-33).
Este exoplaneta é cerca de cinco vezes maior que a Terra, e por isso se situa na categoria de “super-Netunos” – planetas gigantes de constituição gasosa.
A existência do K2-33b mostra que os planetas podem estabelecer sua órbita definitiva em torno da sua estrela muito rapidamente após sua formação, revelam os astrônomos que o descobriram em um artigo publicado no Astronomical Journal, publicação da Sociedade Americana de Astronomia.
Estes planetas podem se formar em uma órbita próxima à sua estrela ou, em outros casos, nascer em uma órbita distante e emigrar para uma mais próxima devido a diferentes interações durante sua formação.
“Se, no nosso sistema solar, Júpiter ou Netuno tivessem migrado, após sua formação, para uma órbita mais próxima ao sol, seria pouco provável que a Terra ou que outro planeta rochoso similar existisse atualmente”, afirma Andrew Mann, astrônomo da Universidade do Texas, em Austin, e um dos principais autores da pesquisa.
Os pesquisadores detectaram o planeta K2-33b usando o telescópio espacial Kepler, da Nasa.