A Dinamarca anunciou nesta quinta-feira (15) que suspenderá sua ajuda ao Egito, um dia após a violenta dispersão de acampamentos de partidários do presidente deposto Mohamed Mursi, deixando um saldo de mais de 500 mortos no Cairo e em outras cidades do país.

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"A Dinamarca tem dois projetos em colaboração direta com o governo e as instituições egípcias, e agora eles serão suspensos", disse o ministro de Ajuda ao Desenvolvimento Christian Friis Bach ao jornal Berlingske. "É uma resposta aos acontecimentos sangrentos e ao rumo lamentável que a democracia tomou no Egito".

França, Reino Unido e Alemanha convocaram embaixadores do Egito para prestar esclarecimentos sobre o massacre no país. Em comunicado emitido após a reunião com o embaixador, o presidente francês, François Hollande, afirmou ter condenado da maneira mais forte possível a violência sangrenta no Egito e exigido o fim imediato da repressão.

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"Tudo deve ser feito para evitar uma guerra civil", disse Hollande. "A libertação dos prisioneiros, respeitando os procedimentos judiciais em curso, poderia constituir um primeiro passo para retomar as negociações".

O Paquistão também pediu a libertação dos presos políticos e moderação de ambas as partes. O Afeganistão, por sua vez, condenou o assassinato de manifestantes civis e expressou esperança de que "os nossos irmãos e irmãs no Egito encontrem uma solução política pacífica em breve".

Em Ancara, o primeiro-ministro da Turquia, Tayyip Erdogan, acusou o Ocidente de ignorar a violência no Egito e apelou ao Conselho de Segurança das Nações Unidas para se reunir com urgência. Erdogan disse ainda que os líderes do Egito devem ser julgados de uma forma justa e transparente.

"Aqueles que permanecem em silêncio diante deste massacre são tão culpados quanto aqueles que o realizaram. O Conselho de Segurança das Nações Unidas deve se reunir rapidamente", afirmou Erdogan.

A violência levou o Ministério das Relações Exteriores da Rússia a recomendar seus cidadãos a não viajarem para o Egito. Segundo o Conselho de Turismo russo, cerca de 60 mil viajantes do país estão no Egito. Os turistas foram aconselhados a evitar grandes cidades e locais de comícios e manifestações.

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Também nesta quinta a Noruega afirmou que havia congelado recentemente licenças de exportação de equipamentos militares para o Egito. O Papa Francisco pediu orações pela paz, diálogo e reconciliação no país.