Diego Uzcategui, um diretor da estatal venezuelana de petróleo PDVSA, pediu demissão nesta sexta-feira (17) por causa do escândalo de uma mala com US$ 800 mil (R$ 1,7 milhão) que foi levada para a Argentina por um executivo venezuelano durante uma viagem oficial.

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O caso deixou os presidentes Hugo Chávez, da Venezuela, e Néstor Kirchner, da Argentina, em situação embaraçosa, já que ambos baseiam sua popularidade no combate à corrupção.

"Devido ao fato de que foram detectadas violações de nossas normas internas, e dentro do espírito de facilitar as investigações, o senhor Diego Uzcategui pediu demissão", disse a PDVSA em sua página na Internet.

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O episódio aconteceu poucos dias antes da chegada de Chávez a Buenos Aires, no começo de agosto, numa visita oficial para promover a colaboração no setor de energia e consolidar a aliança com outros governos esquerdistas.

Um promotor argentino pediu a ordem de prisão contra o executivo venezuelano Guido Antonini. O dinheiro foi encontrado na mala dele no dia 3 de agosto. Antonini deixou a Argentina imediatamente depois de o dinheiro ter sido apreendido pelas autoridades alfandegárias.

Na semana passada, Kirchner demitiu o funcionário que permitiu que Antonini embarcasse no jatinho, e os assessores dele pressionaram para que os venezuelanos pedissem desculpas pelo incidente. Acusação

O candidato presidencial argentino Roberto Lavagna sustentou que os US$ 800 mil com os quais Guido Antonini tentou entrar ilegalmente na Argentina "provavelmente" eram ligados a "financiamento político".

Em entrevista publicada pelo jornal "El Mercurio", Lavagna disse que o dinheiro com o qual o empresário venezuelano queria entrar na Argentina sem tê-lo declarado, "provavelmente" esteja relacionado com "financiamento político que vem da Venezuela para a Argentina".

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O ex-ministro da Economia, o candidato de oposição com mais apoio para as eleições de outubro, esteve algumas horas no Chile nesta quinta-feira para se reunir com dirigentes do bloco Concertación por la Democracia, coalizão de centro-esquerda que governa o país desde 1990.

O candidato argentino da coalizão Uma Nação Avançada (UNA) se reuniu com o ex-presidente Ricardo Lagos e com a presidente da Democracia Cristã, a senadora Soledad Alvear, com que trocou opiniões e experiências políticas.

Em suas declarações ao jornal, Lavagna criticou a estreita relação do governo da Venezuela com o da Argentina e acusou o governo de Néstor Kirchner de controlar as pesquisas.

"O governo de (Hugo) Chávez ganhou uma influência muito preocupante. Chávez fez com o apoio do governo três grandes atos políticos na Argentina, o que ele não faz em outros países, nem permite que seja feito no seu", disse Lavagna.

"Isto criou problemas internos, e há, além disso, uma dependência crescente em relação à Venezuela", acrescentou.

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A Argentina "tem relações que vão além do formal com a Espanha e Venezuela e tomamos distância de nossas relações naturais com Mercosul e Chile", destacou.