Dois terços dos franceses não querem que o ex-diretor-gerente do FMI Dominique Strauss-Kahn dispute a eleição presidencial de abril de 2012, segundo uma pesquisa divulgada nesta quinta-feira, e um número ainda maior acredita que ele não será candidato.
Strauss-Kahn era o favorito para encabeçar a chapa do Partido Socialista e ser eleito presidente, até ser preso em Nova York, em maio, sob a acusação de estuprar uma camareira de hotel. Ele teve de renunciar ao cargo no Fundo Monetário Internacional.
Na semana passada, no entanto, a acusação perdeu força, devido a dúvidas levantadas sobre a credibilidade da acusadora. Strauss-Kahn teve sua prisão domiciliar revogada, e o processo pode até ser arquivado pela promotoria.
A pesquisa realizada pelo instituto OpinionWay e publicada pela revista do Le Figaro mostrou que 65 por cento dos entrevistados são contra a candidatura presidencial dele, e que 75 por cento duvidam que ele insista em concorrer.
Seguidores do político aproveitaram a reviravolta no caso para propor a vota dele à política e à disputa presidencial. Mas ele provavelmente não será autorizado a deixar os EUA antes do prazo máximo para apresentar sua candidatura nas eleições primárias socialistas, em 13 de julho.
Facções esquerdistas dentro do Partido Socialista minimizam a possibilidade de que ele possa concorrer, e o porta-voz partidário Benoit Hamon disse que seu envolvimento na disputa é "o mais fraco" entre todos os cenários possíveis.
A possibilidade de um rápido regresso de Strauss-Kahn à política perdeu força nesta semana, quando a escritora francesa Tristane Banon abriu um processo em que o acusa de ter tentado estuprá-la em 2003, quando ela tinha 23 anos.
Na ausência de Strauss-Kahn, François Hollande, ex-líder do Partido Socialista, aparece como favorito na disputa, à frente da rival Martine Aubry. As pesquisas indicam que ambos seriam capazes de bater o impopular presidente conservador Nicolas Sarkozy nas urnas.
Enquanto cinco candidatos disputam a indicação socialista, Strauss-Kahn continua proibido de deixar os EUA, onde terá uma nova audiência judicial em 18 de julho. Seus advogados disseram na quarta-feira que ele não irá fazer um acordo pelo qual assumiria a culpa para evitar o julgamento.
A pesquisa ouviu 1.002 franceses maiores de 18 anos, nos dias 4 e 5 de julho.