O dono da escola que desabou na sexta-feira em Porto Príncipe, capital do Haiti, provocando a morte de pelo menos 84 pessoas, entregou-se à polícia e está preso neste domingo (8).
O acidente deixou também mais de cem feridos, que estão sendo socorridos em vários hospitais da região. A maior parte das vítimas são adolescentes que estudavam na escola. Muitos permanecem desaparecidos, e os trabalhos de resgate continuam.
O acidente ocorreu no colégio religioso "La Promesse", em Petion Ville, na periferia leste de Porto Príncipe. Havia cerca de 700 pessoas no prédio, entre crianças, adolescentes e professores, na hora do desabamento. Os alunos estavam nas salas de aula ou no pátio do colégio.
Não há acusações contra Fortin Augustin, o dono da escola, e ele está preso apenas "por precaução", segundo a polícia. Augustin, que é pastor protestante, disse que construiu a escola sozinho porque havia sido mestre de obras e não julgou que fosse necessário ter a ajuda de um engenheiro.
O presidente do Haiti, René Préval, foi ao local no sábado para dar apoio aos parentes das vítimas. Centenas de pessoas trabalham no resgate dos feridos que ainda estão sob os escombros.
A Cruz Vermelha pediu à população que doe sangue para ajudar os feridos. Policiais e soldados das tropas de paz da ONU estão no local ajudando no resgate dos feridos. "É como um terremoto", disse o general brasileiro Carlos do Santos Cruz, comandante das tropas da ONU no Haiti.
Há atualmente no Haiti mais de 9 mil soldados e policiais estrangeiros, enviados para conter a turbulência política que se seguiu a uma rebelião em 2004. O país tem escassez de equipamentos de resgate, e ainda sofre com a destruição provocada por uma série de quatro tempestades e furacões neste ano, que mataram mais de 800 pessoas e destruíram 60% das lavouras.