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Eleitorado de Nova York enfrenta filas em seções. Em alguns locais chegada ocorreu com antecedência, antes mesmo das 6 horas da manhã | Lucas Jackson / Reuters
Eleitorado de Nova York enfrenta filas em seções. Em alguns locais chegada ocorreu com antecedência, antes mesmo das 6 horas da manhã| Foto: Lucas Jackson / Reuters

Desde cedo já havia filas para esta que deve ser a maior eleição dos Estados Unidos, onde o voto não é obrigatório. Além das grandes filas, já aconteceram alguns problemas, como urnas eletrônicas quebradas e papel emperrado nas impressoras de comprovantes de votação. Segundo funcionários que trabalham nas eleições, não houve até agora nenhum problema sistêmico ou maior e os contratempos parecem se relacionar mais ao grande número de pessoas que foi votar e usar um sistema que foi concebido para um número menor de participantes. Existem sete mil seções eleitorais no país.

Em Nova Jersey, eleitores tiveram que usar cédulas de papel porque urnas eletrônicas quebraram em algumas seções. Em Nova York, os americanos enfrentaram longas filas para votar, disse a porta-voz do Conselho Eleitoral, Valerie Vázquez-Rivera. Segundo ela, as pessoas começaram a chegar às seções com antecedência, às 4 horas da manhã (a abertura foi às 6 horas), para evitar filas.

John Ritch, trabalhador eleitoral em Chappaqua, estado de Nova York, disse que "às 7h30, já tinha tanta gente esperando para votar quanto ao meio dia do dia das eleições de 2004". Na Pensilvânia, o governador Ed Rendell instou os eleitores a votarem. Em Allentown, mais de 160 pessoas formavam fila em frente à igreja Presbiteriana.

Na Virgínia, onde um candidato democrata não vence desde 1964, as impressoras travaram em muitas seções eleitorais e urnas eletrônicas também enguiçaram. Em Richmond, uma seção eleitoral em uma biblioteca não foi aberta no horário porque o responsável por levar as chaves não conseguiu acordar na hora.

Ohio, estado onde ocorreram enormes problemas nas eleições de 2004, registrou desta vez, até agora, alguns contratempos, como travamento de impressoras no condado de Franklin. "Estamos resolvendo problemas desse tipo", disse Ben Piscitelli, porta-voz do Conselho Eleitoral local. "Mas não ocorre nada maior ou sistêmico."

Processos

Pessoas que dizem não ter conseguido participar da eleição já iniciaram processos no disputado estado da Virgínia. Um juiz se recusou a estender o horário de votação e também a enviar urnas eletrônicas para redutos de maioria negra em algumas áreas. O grupo de direitos civis National Association for the Advancement of Colored People pedia mudanças em um processo federal, argumentando que algumas zonas em que se concentram minorias teriam comparecimento recorde e seriam prejudicadas pela falta de urnas eletrônicas.

O juiz distrital Richard Williams negou a moção, mas mandou os funcionários informarem que as pessoas nas filas das seções eleitorais às 19 horas (hora local) terão o direito de votar.

A campanha do candidato republicano à presidência, John McCain, entrou com um processo contra o comitê eleitoral da Virgínia. Os republicanos querem que os votos dos militares que chegarem mais tarde também sejam incluídos na contagem final. McCain, que é ex-prisioneiro da Guerra do Vietnã, pede que sejam computados os votos que chegarem até 14 de novembro.

Os processos tornaram-se comuns nas batalhas eleitorais norte-americanas. Em 2000, as eleições foram decididas em parte pela Suprema Corte, que ordenou o fim da recontagem na Flórida, levando o republicano George W. Bush a bater Al Gore. Em Ohio, houve vários problemas com mau funcionamento das urnas, o que levou a outros processos.

Votação Antecipada

Já houve grandes filas em vários estados nos quais ocorreu votação antecipada, entre eles a Flórida, a Geórgia e o Colorado. O número de eleitores registrado subiu 7,3% em relação à eleição presidencial anterior. Entre os democratas, o número de registrados subiu 12,2%, enquanto entre os republicanos, subiu apenas 1,2%.

Perto de 50% dos que comparecerão às urnas hoje votarão sob um novo sistema, confuso para algumas pessoas. Há verdadeiros exércitos de advogados dos dois maiores partidos para monitorar os locais de votação, em busca de alguma eventual fraude ou intimidação.

Foram enviadas urnas convencionais e eletrônicas extras para vários pontos do país, mas muitos temem que isso seja insuficiente. "Nós temos um sistema tradicionalmente preparado para o baixo comparecimento", afirmou Tova Wang, do grupo Common Cause. "Nós teremos todos esses novos eleitores, porém não muitos novos recursos. Os encarregados da eleição têm pouco com o que trabalhar", disse.

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