Londrinos, curiosos, turistas e fanáticos pela realeza acampam desde anteontem de manhã, na frente da Abadia de Westminster, onde ocorrerá a cerimônia do enlace entre o príncipe William e Kate.
Na tenda de Barbara Murray, uma corretora de imóveis quarentona, três garotinhos sustentam bandeiras da Inglaterra e entusiasmados discursos pró-Windsor. "Eu adoro a rainha Elizabeth. Sem ela, nosso país e nossa história estariam destruídos", exalta-se Ashley, de 11 anos, mais velho da escadinha. Ele mal pode esperar para ver Kate e seu vestido. "Sei que ela estará linda. O príncipe William é muito sortudo", completa, com o consentimento dos dois irmãos, um de 10 e o outro de 8. A família Murray está acampada desde terça pela manhã.
A uns 50 passos dali, na frente do Parlamento, manifestantes que acampam há muito mais tempo são ignorados pelo batalhão de repórteres e fotógrafos da abadia. Eles são partidários da paz, protestam contra as guerras do Iraque e do Afeganistão, ou por causas muito particulares, como é o caso do indiano Solomon K. Guntupalli. Numa barraca desde 14 de março, Guntupalli busca justiça depois de ter ficado seis anos preso, segundo ele, injustamente.
As casas de jogos estão a cada esquina. É claro que um evento da proporção do casamento real tem grandes possibilidades de ganhos fáceis. Entre as figuras que já estavam na frente da Abadia de Westminster, Paddy Power era o mais elegante, com seu terno azul escuro. Carregava um cartaz com as seguintes propostas de aposta: "6 para 1 que o príncipe Phillip cai no sono; 5 para 1 que o príncipe William deixa cair o anel; 2 para 9 que vai chover (foi mal!)".