O embaixador de Israel no Brasil, Giora Becher, lamentou a condenação do Brasil a Israel pelo ataque a navios com suprimentos que se dirigiam à Faixa de Gaza. Ele argumentou que não era intenção de Israel entrar em confronto com os militantes do movimento Free Gaza, mas que o conflito foi provocado por pessoas que estavam dentro dos barcos.

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Becher disse que explicou detalhes do confronto para a subsecretária de Assuntos Políticos do Itamaraty, Vera Machado, mas que seus argumentos não foram suficientes para demover o Brasil da posição de condenar de forma veemente os ataques. "Expliquei que Israel não teve outra alternativa. Senão não teríamos paz. Não se trata de uma simples ação humanitária. Houve ato de violência contra Israel".

A reunião com a subsecretária durou cerca de 20 minutos. Vera Machado manifestou a indignação do governo brasileiro em relação ao episódio e a preocupação com a situação da brasileira Iara Lee, que estava em uma das embarcações. Iara é cineasta, de origem coreana e mora nos Estados Unidos.

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A frota naval atacada por policiais israelenses levava 10 mil toneladas de ajuda humanitária e 700 pessoas para Gaza. Os ataques deixaram nove mortos.

O embaixador de Israel informou ainda que alguns policiais israelenses usavam armamentos não letais. "Nos últimos barcos, os soldados chegaram sem armas. A intenção das pessoas que estavam nos barcos era matar soldados israelenses. Tanto que temos três soldados feridos, em estado grave, em Israel".

Becher também se mostrou cético em relação ao posicionamento a ser tomado pelo Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). "Não tenho nenhuma esperança em relação a posição a ser tomada por parte da ONU. A ONU tem maioria automática a favor da causa palestina e contra Israel. Não acredito que dessa vez será diferente".

O embaixador, no entanto, disse que espera que o episódio não interrompa as negociações de paz no oriente médio. "Não sou a favor de nenhuma investigação. Sou a favor de um trabalho duro para se conseguir a paz. Acho que as negociações precisam continuar.

Quanto as relações bilaterais com o Brasil, Becher afirmou que continuam inabaladas, mesmo diante da condenação. "São dois assuntos diferentes. Nossas relações bilaterais são fortes e assim vão continuar".

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