O enviado norte-americano para o Oriente Médio, George Mitchell, disse que a abertura das fronteiras da Faixa de Gaza para a entrada de mercadorias ajudaria a impedir o contrabando de armas para o movimento islâmico Hamas.
Israel, responsável pelo fechamento das fronteiras, argumenta que o contrabando de armas pode refazer o arsenal bélico do Hamas, que controla a região.
Mas Mitchell também afirmou que o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, deve ajudar a supervisionar as fronteiras. Esse ponto foi o principal motivo de impasse nas negociações para um cessar-fogo após a ofensiva israelense de 22 dias em Gaza, que deixou mais de 1.300 mortos.
"Para conseguir prevenir o tráfico ilegal de armas para Gaza, deve existir um mecanismo para a entrada livre de bens de consumo, com a supervisão da Autoridade Palestina.", disse Mitchell após se sencontrar com Abbas.
Na quinta-feira, veteranos integrantes do grupo islâmico Hamas disseram estar dispostos a negociar um acordo de longo prazo com Israel, desde que as fronteiras de Gaza continuem abertas para o mundo. "Nós queremos fazer parte da comunidade internacional", disse o líder Ghazi Hamad à agência de notícias Associated Press.
"Eu acredito que o Hamas não tem nenhum interesse em aumentar o número de crises em Gaza ou em desafiar o mundo", disse Hamad.
Nesta quinta-feira (29), outro foguete disparado por palestinos da Faixa de Gaza caiu no sul de Israel sem causar vítimas ou danos, anunciou o Exército de Israel.
Do outro lado, um bombardeio israelense deixou nove civis palestinos, entre eles algumas crianças, feridos na cidade de Khan Yunes, no sul do território, informaram testemunhas e fontes médicas.
Na quarta-feira (28), militantes palestinos já haviam disparado dois foguetes contra Israel, no primeiro ataque do tipo desde o cessar-fogo de 18 de janeiro, depois de três semanas de ataques que deixaram mais de 1.300 mortos. Aviões israelenses atacaram uma fundição na região. Segundo o Exército de Israel, eram fabricadas armas no local.
O presidente Barack Obama concedeu a George Mitchell, um mediador de grande reputação diplomática, todos os poderes necessários para reanimar o processo de paz israelense-palestino.
Reconstrução de Gaza
O Egito anunciou a realização no Cairo de uma conferência internacional para a reconstrução da Faixa de Gaza no dia 2 de março.
O porta-voz do Ministério de Exteriores egípcio, Hosam Zaki, afirmou que a reunião acontecerá em nível ministerial e disse que começaram os contatos com diferentes países para que contribuam para apoiar a conferência, informa a agência de notícias egípcia "Mena".
O evento, que será realizada sob o lema "A conferência do Cairo para o apoio da economia palestina e a reconstrução de Gaza", acontecerá em coordenação com a Autoridade Nacional Palestina (ANP), disse o porta-voz egípcio
Cerca de 13 mil famílias da Faixa de Gaza que dependem da agricultura, da pecuária e da pesca sofreram graves prejuízos durante a ofensiva de Israel, informou nesta quinta a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).
Os prejuízos ao setor agrícola agravaram os problemas já existentes de produção de alimentos provocados por 18 meses de bloqueio fronteiriço: as matérias-primas agrícolas são muito caras, o acesso às terras e ao mar se restringiu e a importação e exportação de bens diminuiu drasticamente, segundo a entidade.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
A gestão pública, um pouco menos engessada
Projeto petista para criminalizar “fake news” é similar à Lei de Imprensa da ditadura
Deixe sua opinião