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Dezenas de milhares de pessoas foram na sexta-feira às ruas da cidade síria de Hama para pedir a renúncia do presidente Bashar al-Assad, enquanto enviados ocidentais visitavam a cidade para expressar apoio aos manifestantes.

Ativistas disseram que as forças de segurança mataram a tiros outras 13 pessoas no país, sendo seis na cidade de Dumair, perto de Damasco.

Hama, 200 quilômetros ao norte da capital, já registrou algumas das maiores manifestações contra Assad, e foi também o cenário de uma brutal repressão ordenada por seu pai há quase 30 anos. Nesta semana, Assad mobilizou tanques nos arredores da cidade.

Imagens divulgadas pela Internet mostraram uma enorme multidão na praça Orontes, em Hama, com algumas pessoas levando uma bandeira síria de dezenas de metros de comprimento. 'O povo quer a queda do regime', gritavam.

Em uma demonstração simbólica de solidariedade, os embaixadores Robert Ford, dos EUA, e Eric Chevallier, da França, visitaram Hama para pressionar Assad a não reprimir o protesto.

A Síria criticou a visita de Ford, dizendo que foi uma forma de incitar 'sabotadores' e uma prova de que os EUA estão envolvidos nos protestos das últimas 15 semanas contra Assad.

Victoria Nuland, porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, disse que Ford quis 'deixar absolutamente claro com a sua presença física que estamos ao lado dos sírios que expressam seu direito a falar em prol da mudança'.

Já a chancelaria francesa disse que a visita de Chevallier foi uma das várias realizadas por ele pelo país para monitorar a situação.

'A França lembra sua preocupação pelos habitantes de Hama e sua condenação à violência na Síria perpetrada pelas autoridades contra manifestantes', afirmou um porta-voz, cobrando reformas e a libertação de prisioneiros na Síria.

Como tem sido praxe, os manifestantes saíram das preces da sexta-feira nas mesquitas diretamente para os protestos. Isso ocorreu também na capital, na cidade de Deraa, berço dos protestos, na localidade industrial de Homs e em outros pontos do país.

Ativistas disseram que soldados mataram seis pessoas em Dumair, três em Maarat al Numaan, duas no bairro de Midan, no centro de Damasco, e três em outros lugares.

Outras fontes disseram que forças de segurança alvejaram pessoas que tentavam entrar em Hama para participar do protesto, deixando dois feridos.

O massacre de 1982 em Hama tornou-se um símbolo da repressão do falecido presidente Hafez al-Assad, pai de Bashar, contra qualquer forma de oposição. Uma geração depois, ativistas dizem que forças de segurança mataram pelo menos 60 pessoas durante protestos na cidade em 3 de junho.

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