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Tropas inspecionaram casas e fizeram várias prisões hoje em Hama no centro da Síria, ferindo pelo menos 20 pessoas antes de fecharem a cidade, dias após cerca de 300 mil manifestantes realizarem o maior ato contra o governo do presidente Bashar al-Assad desde o início dos protestos, em meados de março.

O diretor do Observatório Sírio para os Direitos Humanos, Rami Abdul-Rahman, afirmou em Londres ter ouvido de funcionários de um hospital em Hama que a maioria das pessoas sofreu ferimentos de balas, de rifles usados pelas forças de segurança. Uma importante operação em Hama, cidade com um histórico de militância contra o regime de Assad, poderia levar a mais protestos.

Em 1982, Hafez Assad, o pai e antecessor do atual presidente, ordenou que suas tropas reprimissem uma rebelião de sunitas fundamentalistas, matando entre 10 mil e 25 mil pessoas, segundo grupos pelos direitos humanos. "Há uma espécie de cerco na cidade. Eles estão fechando rodovias que levam a Hama", afirmou o ativista Mustafa Osso. No sábado, Assad demitiu o governador de Hama, Ahmed Abdul-Aziz.

A agência estatal síria não informou o motivo da demissão do governador. Porém alguns ativistas disseram temer que Abdul-Aziz visto como simpático aos manifestantes, foi afastado para dar mais liberdade às forças de segurança na cidade. As tropas haviam deixado Hama em 3 de junho, após confrontos que mataram 65 pessoas. Desde então, as ruas estavam em poder da oposição, até hoje.

O Observatório Sírio para os Direitos Humanos afirmou que forças de segurança detiveram mais de 20 pessoas em alguns dos bairros de Hama nesta manhã. Segundo a entidade, moradores atearam fogo a pneus e colocaram pedras em ruas, a fim de evitar o movimento das tropas.

Mais cedo hoje, tanques sírios invadiram uma vila no noroeste do país, Kfar Roumah, e abriram fogo, ferindo pelo menos seis pessoas. É a mais recente manobra dos militares em um cerco de semanas perto da fronteira turca que busca sufocar o levante pela democracia.

Ativistas dizem que as forças de segurança já mataram mais de 1 4 mil pessoas na repressão aos protestos. A Síria proibiu que a imprensa estrangeira cobrisse os levantes, impossibilitando que os fatos sejam verificados de forma independente. Porém o testemunho de refugiados em países vizinhos indica a brutalidade da repressão.

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