O governo do Equador destacou que mantém boas relações com o Brasil, apesar da recente divergência causada por problemas com a construtora brasileira Norberto Odebrecht. A ministra de Relações Exteriores, María Isabel Salvador, destacou que o tema, "que foi o que causou a situação de tensão", envolveu "uma empresa privada, neste caso brasileira, que não cumpriu e cometeu uma série de irregularidades em relação ao contrato".
A ministra falou ao canal 1, na noite desta quinta-feira (6). Ela afirmou que, após o primeiro problema com a Odebrecht, o governo revisou todos os contratos da empresa no país. E "desgraçadamente, em cada um deles foi encontrada uma série de irregularidades que obrigou o presidente (Rafael Correa) a (determinar) que se dêem por encerrados os contratos e que a empresa saia do país".
No fim de setembro, Correa embargou os bens da Odebrecht no país e deu por encerrado outros quatro contratos, avaliados em US$ 500 milhões. O problema começou com a paralisação da hidrelétrica San Francisco, com menos de um ano de operação. A empresa se comprometeu a realizar o conserto e a pagar uma indenização exigida por Quito, porém não houve acordo.
"Não creio que a relação bilateral tenha sido afetada. Houve comentários no sentido de que os investimentos brasileiros deixaram de chegar, que se encerraram os acordos de cooperação. "Tudo isso é falso, não há um só dos convênios firmados entre Equador e Brasil que tenha sido paralisado", sustentou María Isabel.
A ministra afirmou que as relações com o Brasil "seguem adiante, não somente no âmbito bilateral, mas também no regional e multilateral, onde estamos avançando paralelamente".
Após as decisões do governo equatoriano, o Brasil suspendeu uma missão a Quito liderada pelo ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, marcada para o meio de outubro. A viagem trataria do apoio financeiro do Brasil a investimentos para a construção de rodovias. A decisão foi divulgada em nota oficial do Itamaraty. As informações são da Associated Press.