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Haja Santo

 | Tony Gentile/Reuters
(Foto: Tony Gentile/Reuters)

A imagem comumente atribuída a um santo é a de uma pessoa que entregou a vida a Deus, trabalhando por Ele e em nome Dele. Mas não é preciso ser um religioso ou viver na abnegação para ser canonizado. Na história da Igreja, há muitos exemplos de santos que, em vida, tiveram família, foram políticos, nobres, professores, cientistas, guerreiros e cometeram pecados até se converterem. No fim, santos são homens e mulheres que se dedicaram à verdade e à caridade, tornando-se exemplos de superação e de fé. Confira abaixo alguns perfis de santos católicos.

A reclusa

Teresa de Lisieux (1873–1897), conhecida como Santa Teresinha do Menino Jesus, manifestou o desejo de seguir a vida religiosa aos dois anos. Aos 14, ela decidiu entrar para a Ordem das Carmelitas Descalças, mas, como ainda não tinha idade suficiente, foi levada até o papa Leão XIII para pedir-lhe uma exceção. Com autorização do papa, ingressou no Carmelo em 1888. Em 1894, adotou a Pequena Via para a santidade. Morreu em 30 de setembro de 1897, aos 24 anos, em decorrência da tuberculose. Sua canonização aconteceu em 1925 pelo papa Pio XI. Seus pais, Luís Martin e Zélia Guerín, foram beatificados em 2008.

O político

Thomas More (1478 – 1535) foi um diplomata, escritor e advogado britânico. Ele teve excelente formação intelectual e se destacou nos serviços prestados à corte do Rei Henrique VIII, da Inglaterra, tendo sido chanceler do reino durante três anos. Quando o rei rompeu com a Igreja Católica para fundar a Igreja Anglicana, More recusou-se a prestar juramento a ele. Diante da recusa, Henrique VIII ordenou que ele fosse julgado e condenado à morte. More foi executado por decapitação em 6 de julho de 1535. Por sua retidão de caráter e lealdade a Deus, foi canonizado em 1935 pelo papa Pio XI.

O piadista

Filipe Néri (1515–1595) é conhecido como Santo da Alegria por conta de seus métodos incomuns de levar a todos a palavra de Deus. Com suas brincadeiras inusitadas, ele conseguia não apenas aproximar-se das pessoas, mas fazê-las perceber a tolice do pecado e do erro e conduzi-las, assim, ao caminho da virtude. Humilde, ocultava sua santidade do povo e afirmava que os milagres operados eram, na verdade, concedidos por relíquias preciosas. Filipe recebeu ordenação sacerdotal apenas aos 36 anos, depois de muitos anos dedicados à vida espiritual. Foi canonizado pelo papa Gregório XV, em 1622.

O pecador

Agostinho de Hipona (354–430), até converter-se cristão em 387, viveu sob a influência do maniqueísmo e do paganismo – decorrência da educação recebida quando criança. Em 386, ele havia enfrentado uma profunda crise pessoal que culminou na desistência da carreira de professor e no abandono das condutas pecaminosas. Diz-se que sua transformação foi impulsionada pela voz de uma criança invisível que lhe cantou "Toma e lê, toma e lê", levando-o a ler a Bíblia. Agostinho foi batizado em 387 e, após doar todo o dinheiro que tinha aos pobres, passou a vida servindo a Deus. Foi canonizado por reconhecimento popular.

O nobre

São Luís IX, rei da França (1215–1270), é conhecido pela piedade e humildade, virtudes que o tornaram o modelo de "rei católico". Em seu reinado, pautado por sabedoria e caridade, fundou igrejas, conventos, hospitais e abrigos para os pobres, órfãos e doentes. Em 1245, à beira da morte, o monarca prometeu que, se sobrevivesse, lideraria um exército contra os turcos muçulmanos que ocupavam a Terra Santa. Recuperado, em 1248 comandou as cruzadas. Porém, quando se aproximava de Túnis, foi acometido pela peste e morreu em 25 de agosto de 1270, aos 56 anos. Foi santificado em 1297 pelo papa Bonifácio VIII.

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