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Carismáticos, alegres, populares. Polêmicos por serem fortes na doutrina e na defesa dos direitos da Igreja Católica. Os papas João XXIII e João Paulo II, a serem canonizados hoje em cerimônia com multidões na Praça de São Pedro, deixaram um legado que ultrapassa o mundo católico.
A declaração que fará hoje o papa Francisco em latim, "eles devem ser honrados", não diz respeito só ao fato dos dois, com gestos e palavras, terem tornado a fé mais atraente para milhares de católicos. No caso de Angelo Roncalli e Karol Wojtyla, a façanha maior consistiu em influenciar não só políticas, mas também o comportamento de muitas pessoas.
João Paulo II, além das viagens e encontros no Vaticano com líderes mundiais e chefes de estado, registrados amplamente pelos meios de comunicações, tomou atitudes como a de visitar a Polônia ou o México em meio a grandes crises diplomáticas para falar de direitos humanos. E elas tiveram resultados patentes. "Não se pode negar a importância do polonês na luta contra as ideologias do século 20 e as consequências dessa luta", explicou Vito Mancuso, teólogo italiano, em entrevista ao jornal La Reppublica.
João XXIII foi o "papa bom" e humilde, título difundido principalmente depois do "discurso da lua", em 1962, ao povo na Praça de São Pedro no dia da abertura do Concílio Vaticano II, quando disse "a minha pessoa não conta nada, eu sou um irmão entre vocês", mas também antes, quando foi o primeiro pontífice a visitar um hospital e uma penitenciária poucos dias depois de ser eleito. E também divertido, quando disse em uma conferência "se eu posso ser papa, qualquer um pode".
Tanta bondade não o impediu, por outro lado, de tomar decisões fortes antes e depois de ser papa. Entre os fatos mais conhecidos na sua biografia está o do dia em que, como núncio em Bulgária, foi ao encontro de um trem com centenas de hebreus destinados a um campo de concentração nazista. Ou as negociações nos bastidores para conseguir que um cardeal que estava no leste europeu pudesse participar clandestinamente no Concílio Vaticano II.
Lá e cá O papa Francisco celebra neste domingo, o segundo de Páscoa ou da Divina Misericórdia, a Santa Missa e o rito de canonização de João XXIII e João Paulo II.
Roma
A cerimônia ocorrerá na Praça São Pedro, com início às 10h (17h no Brasil). Antes da celebração, acontecem orações introdutórias, a leitura da biografia dos beatos e a entoação dos hinos para João XXIII, "Pastore Buono Del Gregge di Cristo", e para João Paulo II, "Aprite Le Porte a Cristo". Em seguida, inicia-se a Ladainha de Todos os Santos. O papa lerá a Fórmula da Canonização, na qual os beatos são declarados santos e ocorre a veneração das relíquias enquanto é entoado o Canto de Ação de Graças. Ao fim, o Cardeal da Congregação pede que a santificação seja oficializada por escrito e o rito é encerrado, dando continuidade à missa.
Curitiba
Em Curitiba, com celebração da Santa Missa em Ação de Graças pelo padre Casemiro Dlugosz, o Bosque João Paulo II, no Centro Cívico, será o palco das comemorações pela canonização dos papas, a partir das 14h de hoje. Haverá ainda a inauguração do portal histórico em homenagem à canonização de João Paulo II, apresentação da banda da Polícia Militar, projeção de filme e fotos da visita do Papa João Paulo II a Curitiba e orações.