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A fila para passar dois segundos ao lado do corpo de Nelson Mandela demorava até seis horas, enfrentados com resignação, em baixo de sol forte, por milhares de sul-africanos.
Mandela está sendo velado no Union Building, na capital sul-africana, Pretória, e a cerimônia segue até sexta-feira (13). No domingo, será enterrado em Qunu, no interior do país, terra de seus ancestrais.
Após enfrentar a fila, as pessoas tinham de embarcar em ônibus que os levavam, ladeira acima, até o prédio, no topo de uma colina que domina toda a cidade.
Mas no meio da tarde (horário local), como a fila só crescia, a organização mudou os planos e desistiu dos ônibus. As pessoas passaram a caminhar o último trecho até o local do corpo. Tirar fotos e fazer vídeos foi proibido.
"Nunca tive a oportunidade de encontrar Mandela pessoalmente. Este é um momento histórico, quero fazer parte dele", disse Steven Carpenter, que veio de Johannesburgo.
Algumas pessoas tentam se proteger usando guarda-sol. Mulheres levam crianças amarradas nas costas, conforme a tradição africana. "Temos água e comida suficientes", afirmou Poppi Mashego, carregando um garoto de dois anos.
Como sempre acontece nessas ocasiões, um comércio ao redor da fila se formou. Homens cobravam 5 rands (R$ 1) para carimbar "RIP Mandela" (descanse em paz, Mandela) na pele de quem estava na fila.
Nelson Mandela está vestido com uma camisa marrom estampada do estilo que ele tanto gostava de usar. Através do vidro, é possível ver o rosto de Mandela com uma expressão serena.
O corpo de Mandela, que morreu em 5 de dezembro, aos 95 anos, permanecerá nos Union Buildings por três dias, mas a cada noite será levado de volta para o hospital militar. No sábado, o corpo do líder será levado de avião para a vila de Qunu, onde Mandela cresceu e passou boa parte da infância, na província do Cabo Oriental. Ele será enterrado no domingo. Líderes mundiais e celebridades comparecem ao velório
Líderes mundiais e sul-africanos comuns passaram nesta quarta-feira pelo velório de Nelson Mandela, que acontece no mesmo anfiteatro no qual ele foi empossado presidente 19 anos atrás como o primeiro negro a ocupar o cargo no país.
O presidente do Zimbábue, Robert Mugabe, o atual presidente sul-africano Jacob Zuma e outros passaram pelo caixão em duas filas, sob a vigilância de quatro oficiais da Marinha. Celebridades como o cantor Bono, do U2, também prestaram suas homenagens, assim como o Frederik de Klerk, o último presidente do período do apartheid, que dividiu com Mandela o prêmio Nobel da Paz pelo fim da segregação racial no país.
A esposa de Mandela, Graça Machel, sua ex-mulher Winnie Madikizela-Mandela e outros familiares também estiveram presentes.
Ao sair da prisão em 1990, após 27 anos, Mandela fez apelos por perdão e reconciliação no país e se tornou presidente em 1994, após as primeiras eleições inter-raciais sul-africanas.
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