Obama e Raúl Castro trocam aperto de mãos
Líderes de países que são rivais há mais de 50 anos, os presidentes dos Estados Unidos, Barack Obama, e de Cuba, Raúl Castro, deram uma trégua em sua animosidade durante a cerimônia e deram um aperto de mãos, em gesto considerado histórico.
Em discurso na cerimônia de homenagem a Nelson Mandela, nesta terça-feira no FNB Stadium, em Johanesburgo, a presidente Dilma Rousseff disse que o sul-africano foi uma "personalidade maior do século XX".
"Mandela conduziu com paixão e inteligência um dos mais importantes processos de emancipação do ser humano na história contemporânea, o fim do apartheid na África do Sul", declarou Dilma, em discurso de cerca de dez minutos.
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Segundo Dilma, "o combate de Mandela transformou-se em um paradigma não só para esse continente, mas para todos os povos que lutam pela justiça e pela igualdade".
A presidente discursou em português, para uma plateia desinteressada. O sistema de tradução simultânea para o inglês era muito baixo, tornando impossível sua compreensão pelos anéis superiores do estádio FNB, onde se concentrava a maior parte do público. Muitos aproveitaram o horário do almoço para sair de seus assentos e buscar comida.
De acordo com Dilma, o apartheid foi "a forma mais elaborada e cruel da desigualdade social e política de que se tem notícia nos tempos modernos".
O líder, para a presidente brasileira, que lutou contra a ditadura militar no Brasil, "inspirou a luta no Brasil e na América do Sul".
Dilma discursou como representante da América do Sul e também na condição de integrante dos Brics, bloco que reúne Brasil, Índia, Rússia, China e África do Sul. Também discursaram representantes dos governos indiano e chinês.
Ela chegou nesta madrugada ao país, acompanhada dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, Fernando Henrique Cardoso, José Sarney e Fernando Collor.
"Madiba [apelido de Mandela] constitui exemplo e referência para todos nós, pela estoica paciência com que suportou o cárcere e o sofrimento, pelo profundo compromisso com a justiça e a paz e, sobretudo, por sua superioridade moral e ética", declarou.
Ela só conseguiu provocar alguma reação da plateia no final, ao gritar "Viva, Mandela!", o que foi compreendido por algumas pessoas. Mas o contraste com o discurso imediatamente anterior, o do presidente Barack Obama, que paralisou o estádio, foi enorme.
Depois do discurso, Obama cumprimentou com um beijo no rosto de Dilma e apertou as mãos do cubano Raúl Castro.
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