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Curitiba

"Bento XVI ama a vida contemplativa", diz dom Moacyr José Vitti

Yuri Al’Hanati

O novo Papa deve ser jovem e com vocação missionária, assim fala o arcebispo metropolitano de Curitiba, dom Moacyr José Vitti, em conversa com a imprensa realizada ontem cúria metropolitana.

"Não acredito que o novo Papa será um conservador, mas será alguém que saiba enxergar os problemas atuais da Igreja", disse.

Gesto

Para o arcebispo, Bento "chegou a um momento em que já não havia mais condições de continuar por causa de sua saúde". Em um mundo de personagens apegados ao poder, dom Moacyr disse que o gesto do Papa "é muito bonito" e sugeriu que o futuro Sumo Pontífice pode ser brasileiro.

"Durante muitos anos o Papa foi escolhido dentro da Europa. Agora, a Igreja Católica está em um momento missionário, em que ela deve fazer uma evangelização, e acho que seria muito importante ter um Papa brasileiro, latino-americano, asiático ou africano para esse fim".

Contemplação

Pelo perfil de Bento XVI, dom Moacyr disse que ele deverá se dedicar a uma vida monástica depois de deixar o pontificado. "Ele tem um amor muito grande pela vida contemplativa, até por isso ele assumiu o nome Bento, por causa do grande monge que foi São Bento [fundador da Ordem dos Beneditinos]. Acredito que ele vá para um mosteiro viver seus últimos dias de vida na contemplação, no silêncio e na paz".

Papa não-europeu seria o primeiro em 1.300 anos

Agência Estado

Após o choque com o anúncio da renúncia do Papa Bento XVI nesta segunda-feira, a primeira em 600 anos, começa a especulação de quem será seu sucessor e muitos acreditam que o novo Supremo Pontífice poderá ser o primeiro não-europeu a assumir o posto em cerca de 1.300 anos. "É possível vermos um papa asiático, africano, sul-americano, pois a igreja está crescendo muito nessas áreas", afirmou o padre Aaron Kuhn, dos Estados Unidos.

A Igreja Católica já teve papas de fora da Europa, da África (Victor I, Miltiades e Gelasius) e do Sudoeste Asiático, mais especificamente da Síria (Sissinnius, Constantinus e o último teria sido Gregorius III, que governou de 731 a 741), mas nunca das Américas.

No ano passado, Bento XVI nomeou seis cardeais não-europeus para fazer parte do Corpo da Igreja que irá escolher seu sucessor, alegando que isso mostrava a diversidade da Igreja Católica. As informações são do site da AlJazeera, CBS e agências internacionais.

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O papa Bento XVI, em seus primeiros comentários públicos após ter anunciado que vai se tornar o primeiro papa a renunciar em vários séculos, disse nesta quarta-feira ter certeza que a Igreja Católica será sustentada por Deus e pela fé, apesar das dificuldades.

Falando durante sua audiência geral, em uma das últimas aparições públicas antes da renúncia marcada para 28 de fevereiro, o pontífice disse que tinha conhecimento da gravidade de sua decisão, mas também de perda de sua força física e espiritual.

Bento XVI disse ainda que renunciou pelo "bem da igreja". "Rezei por muito tempo e examinei minha consciência diante de Deus.", afirmou o pontífice.

Ele disse ter certeza que a Igreja iria sustentá-lo com orações e que Cristo continuará sendo seu guia. "Me apoia e me ilumina a certeza de que a Igreja é de Cristo, que nunca nos faltará com sua guia e seu cuidado. Obrigado a todos pelo amor e pela oração com que têm me acompanhado. Continuem orando pelo papa e pela Igreja."

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O papa XVI chegou à sala Paulo 6º às 10h44 (7h44, horário de Brasília).

Papa é ovacionado em uma das últimas aparições públicas

O papa Bento XVI recebeu uma saudação calorosa ao entrar no salão de audiências do Vaticano, nesta quarta-feira, para uma de suas últimas aparições públicas antes do fim do mês, quando vai se tornar o primeiro papa a renunciar em séculos.

O papa deve falar sobre sua decisão durante a audiência, realizada diante de um salão lotado com cerca de 8 mil pessoas.

Ainda nesta quarta-feira, o papa vai celebrar a missa da Quarta-Feira de Cinzas na Basílica de São Pedro, em vez de numa igreja menor de Roma onde estava prevista, para que mais pessoas possam comparecer.

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Igreja prepara a despedida do Papa

O dia 27 deverá ser, de fato, a última chance de os fiéis verem Bento XVI ainda como chefe da Igreja Católica. Será o último ato de seu pontificado.

Os eventos fazem parte da agenda que o Papa cumprirá até o final, enquanto a Santa Sé começa a organizar sua saída.

"A última audiência geral será no dia 27 de fevereiro. [Será] na Praça de São Pedro porque haverá muita gente", explicou o padre Federico Lombardi, porta-voz do Vaticano.

Após deixar o cargo, Bento XVI irá para a residência de verão, em Castelgandolfo, ao sul de Roma. E depois, quando seu sucessor já tiver sido escolhido, deverá se mudar para um convento dentro dos muros do Vaticano, trocando um palácio apostólico do século 16 por uma residência moderna e sóbria.

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A Santa Sé ressalta que ele não terá mais um papel oficial e descarta a sua influência no processo de sucessão.

"O Papa disse que empregará seu tempo em orações e reflexão, e não terá responsabilidade alguma na liderança da Igreja ou qualquer responsabilidade administrativa ou de governo. Isso está completamente claro", afirmou Lombardi.

Marcapasso

O Vaticano admitiu que o Papa usa um marcapasso há dez anos, instalado na época em que Joseph Ratzinger era prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé. A declaração veio depois de um jornal italiano revelar uma cirurgia há três meses. Ela foi feita para substituir as baterias do aparelho.

"[A troca de baterias] não teve influência na decisão", afirmou Lombardi.

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Giovanni Maria Vian, diretor do jornal L'Osservatore Romano, do Vaticano, disse que apenas os colaboradores mais próximos sabiam da decisão de Bento XVI e que mantiveram segredo sobre ela.

"Isso mostra que, embora o escândalo [do vazamento de documentos secretos] tenha sido horrível, há na Santa Sé funcionários sérios e confiáveis", disse Vian.

Segundo o diretor do jornal, ao retornar da viagem ao México e a Cuba, no ano passado, Bento XVI percebeu que "suas forças estavam diminuindo". Foi então que tomou a decisão de renunciar.

Confira a íntegra da carta de renúncia do papa Bento XVI "Queridíssimos irmãos, Convoquei-os a este Consistório, não só para as três causas de canonização, mas também para comunicar-vos uma decisão de grande importância para a vida da Igreja. Após ter examinado perante Deus reiteradamente minha consciência, cheguei à certeza de que, pela idade avançada, já não tenho forças para exercer adequadamente o ministério petrino. Sou muito consciente que este ministério, por sua natureza espiritual, deve ser realizado não unicamente com obras e palavras, mas também e em não menor grau sofrendo e rezando. No entanto, no mundo de hoje, sujeito a rápidas transformações e sacudido por questões de grande relevo para a vida da fé, para conduzir a barca de São Pedro e anunciar o Evangelho, é necessário também o vigor tanto do corpo como do espírito, vigor que, nos últimos meses, diminuiu em mim de tal forma que eis de reconhecer minha incapacidade para exercer bem o ministério que me foi encomendado. Por isso, sendo muito consciente da seriedade deste ato, com plena liberdade, declaro que renuncio ao Ministério de Bispo de Roma, sucessor de São Pedro, que me foi confiado por meio dos Cardeais em 19 de abril de 2005, de modo que, desde 28 de fevereiro de 2013, às 20 horas, a sede de Roma, a sede de São Pedro ficará vaga e deverá ser convocado, por meio de quem tem competências, o Conclave para a eleição do novo Sumo Pontífice. Queridísimos irmãos, lhes dou as graças de coração por todo o amor e o trabalho com que levastes junto a mim o peso de meu ministério, e peço perdão por todos os meus defeitos. Agora, confiamos à Igreja o cuidado de seu Sumo Pastor, Nosso Senhor Jesus Cristo, e suplicamos a Maria, sua Mãe Santíssima, que assista com sua materna bondade os Cardeais a escolherem o novo Sumo Pontífice. Quanto ao que diz respeito a mim, também no futuro, gostaria de servir de todo coração à Santa Igreja de Deus com uma vida dedicada à oração. Vaticano, 10 de fevereiro 2013."