Leia o caderno especial sobre o Papa Bento XVI
Suplemento especial mostra a trajetória e o legado do Papa Bento XVI, que deixou o comando da Igreja Católica no dia 28 de fevereiro.
- Papa emérito descansa enquanto cardeais se preparam para conclave
- Data do conclave será decidida com todos os cardeais eleitores presentes
- Cardeais se encontram na segunda
- Papa diz que segue em frente para o "bem do mundo"
- Governo provisório da Igreja passa para cardeal camerlengo Tarcisio Bertone
- Bento XVI encerra pontificado com promessa de obediência ao novo papa
- Vaticano minimiza comentários de cardeal sobre desestabilização da Igreja
- Cardeal brasileiro diz que eleição para papa está nivelada
- Sinos marcam fim do papado de Bento XVI
- Sinos repicarão em todo o mundo para despedida de Bento XVI
Os cardeais que se reunirão para o conclave a portas fechadas na Capela Sistina nos próximos dias devem se inspirar no Espírito Santo, segundo a tradição da Igreja Católica, e não na política terrena. Mas já começaram a aparecer em Roma, cartazes que promovem o ganês Peter Turkson. Apesar da campanha, no entanto, o carrossel de candidatos que já gira em Roma leva para a Europa as maiores chances. Não só pelo fato de que 60 dos 115 cardeais eleitores sejam do Velho Continente, mas porque os nomes mais fortes se encontram ali - como o arcebispo de Budapeste, Peter Erdö, ou seus colegas de Viena, Christoph Schönborn, e de Milão, Angelo Scola.
Na capital italiana, os pôsteres foram colados sobre anúncios usados pelos candidatos das eleições italianas, que aconteceram esta semana. Mas, diferentemente das eleições parlamentares, os candidatos ao papado não podem realizar campanhas públicas, o que sugere que os cartazes foram colocados por apoiadores do ganês.
"Não há tecnicamente nenhuma campanha ostensiva", disse ao jornal "Huffington Post" o padre Thomas Reese, autor de "Por dentro do Vaticano: A Política e Organização da Igreja Católica". "As campanhas públicas para o papado são desaprovadas e qualquer cardeal que o fizesse não poderia conseguir o cargo."
De acordo com a imprensa local, no entanto, o austríaco Schönborn é dos favoritos, por ser um seguidor de Joseph Ratzinger - não se pode esquecer que mais da metade dos cardeais foram nomeados durante os oito anos do pontificado de Bento XVI.
Além dos europeus, segundo o jornal "La Stampa", o nome do brasileiro dom Odilo Scherer também estaria entre os mais cotados, e o fator idade, ele tem 63 anos, seria um dos seus grandes trunfos. Um dos grupos que o apoiariam seria o dos americanos, que destacam a necessidade de o pontificado sair da Europa para que a Igreja tenha sua força renovada.
"O que os cardeais vão dizer publicamente são generalidades sobre que tipo de Papa eles querem. Talvez alguém do Terceiro Mundo ou um bom comunicador. Mas a politicagem real acontece em jantares e cafés a portas fechadas, em como os cardeais se sentem em relação aos outros, nas perguntas que mostrarão quem será o melhor sucessor do Papa", explicou Reese.
Na quinta-feira, o Vaticano confirmou que a primeira congregação acontecerá no dia 4 de março. A partir dessa data, a Santa Sé poderá anunciar a qualquer momento quando será o início das votações que irão escolher o próximo Sumo Pontífice. Mas, um antigo ditado romano diz que campanha ou prognósticos sobre o conclave não acabam bem: "Aquele que entra no conclave como Papa, sai como cardeal".