EUA acusam Assad de matar 1.429 pessoas em ataque químico
Os Estados Unidos indicaram nesta sexta-feira (30) que estão prestes a iniciar um ataque limitado e de curto prazo contra a Síria, com o objetivo de retaliar o regime pelas explosões de armas químicas que mataram pelo menos 1.429 pessoas no dia 21 de agosto, segundo estimativa de Washington.
O caminho para a ação militar foi pavimentado com a divulgação de um relatório do serviço de inteligência que responsabiliza autoridades ligadas a Bashar Assad pelo uso de gases proibidos e mortais contra a população civil.
Liga Árabe discute situação da Síria neste domingo
Os ministros dos Negócios Estrangeiros da Liga Árabe reúnem-se neste domingo (1º), no Cairo, capital egípcia, para analisar a situação na Síria, no momento em que os Estados Unidos e a França mostram-se decididos a uma ação contra o regime do presidente Bashar Al Assad, que responsabilizam por um ataque a civis com armas químicas. O número 2 da Liga Árabe, Ahmed Ben Helli, informou neste sábado (31) que a reunião estava prevista para terça-feira (3), mas foi antecipada por causa dos últimos acontecimentos.
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Especialistas da ONU deixaram a Síria neste sábado (31) após investigar um ataque com gás que matou centenas de civis, enquanto os Estados Unidos afirmam que estão planejando uma resposta limitada para punir o presidente sírio Bashar Al-Assad pelo ataque "brutal". O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse que o país está no processo de planejar uma ação militar "limitada" que não envolveria soldados em terra ou um cronograma ilimitado.
Imagens já mostram os inspetores da ONU no Líbano. Enquanto isso, o governo russo afirmou que a ameaça americana de usar a força para punir o presidente sírio Bashar al-Assad pelo suposto uso de armas químicas contra a própria população é "inaceitável".
Em um sinal de que os EUA podem estar se preparando para atuar, o secretário de Estado John Kerry conversou por telefone na sexta-feira (290 com ministros de Assuntos Exteriores de importantes parceiros da Europa e do Golfo, assim como com o secretário geral da Liga Árabe, informou um responsável do Departamento de Estado norte-americano.
Uma testemunha da Reuters disse que a equipe de especialistas da ONU chegou ao aeroporto internacional de Beirute no sábado, após cruzar a pé a fronteira da Síria para o Líbano no início do dia.
A equipe de 20 membros, incluindo especialistas da Organização para a Proibição de Armas Químicas, já esteve na área controlada por rebeldes no bairro Ghouta de Damasco três vezes, pegando amostras de sangue e tecidos das vítimas. Eles também pegaram amostras do solo, roupas e fragmentos de foguetes.
As amostras serão enviadas a laboratórios na Europa, principalmente na Suécia e Finlândia, para análise. Os especialistas já pegaram amostras para testar o uso de gás sarín ou outros agentes tóxicos. A análise deve determinar se houve um ataque químico mas não quem foi o responsável pelo ataque de 21 de agosto no subúrbio de Damasco.
Os resultados finais não devem ficar prontos por duas semanas, disse o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon aos membros do Conselho de Segurança, segundo diplomatas.
Os Estados Unidos divulgou seu próprio relatório de inteligência não classificado para o ataque, que Kerry afirmou ter resultado na morte de 1.429 civis sírios e ter sido um trabalho das forças de Assad.
Resistência russa
Enquanto o Pentágono faz as preparações finais para um ataque, a Rússia elevou o tom das críticas à intenção americana de agir sem o aval do Conselho de Segurança da ONU. Para o presidente russo Vladmir Putin, não faria sentido para o governo sírio usar armas químicas numa guerra que está vencendo. "É por isso que estou convencido que o ataque químico não foi nada mais que uma provocação daqueles que querem arrastar outros países para o conflito sírio e ganhar o apoio de membros poderosos da arena internacional, especialmente dos EUA", disse Putin.
Mais cedo, Alexander Lukashevich, porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da Rússia, classificou como "inaceitáveis" as ameaças dos EUA contra a Síria. "Qualquer uso unilateral da força sem a autorização do Conselho de Segurança da ONU, não interessa o quanto "limitado", será uma clara violação das leis internacionais, minando as chances de uma solução política e diplomática pata o conflito na Síria e levando a uma nova rodada de confrontos e vítimas", acrescentou Lukashevich.
Diante da iminência de um ataque, a Síria também prepara suas defesas. Segundo relatos de opositores de Assad, o presidente está movendo tropas, equipamentos e caminhões de documentos para áreas civis de forma a dificultar o trabalho das forças americanas.
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