Relatos de brasileiros
O cansaço salvou a vida da economista Fabiana Tito, de 32 anos, que participava da maratona de Boston.
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- Rússia e EUA ampliarão cooperação após ataque
- Maratona de Carmel presta homenagem às vítimas de Boston
- Mãe diz que suspeito de ataques estava sob vigilância do FBI
- Perfil de suspeito em rede social cita o Islã e a causa chechena
- Suspeito teria publicado mensagens no Twitter após as explosões
Os Estados Unidos buscam justificativas sobre o atentado realizado na última segunda-feira em Boston, enquanto o jovem Dzhokar Tsarnaev, o suposto co-autor que foi capturado ontem à noite após uma perseguição cinematográfica, segue internado em estado grave, mas estável, e sem conseguir se comunicar.
Após ter capturado o jovem de origem chechena com vida, as autoridades esperam poder interrogá-lo com a esperança que o suspeito de executar as explosões durante a Maratona de Boston, as quais deixaram 3 mortos e mais de 170 feridos, possa responder as perguntas que ainda ficam por resolver, sendo "o porquê" a maior delas.
Confira fotos da operação policial em Boston
Fotos mostram componentes das bombas detonadas em Boston
Grupo de Londrina testemunhou a tragédia em Boston
Confira o mapa do local onde ocorreu o atentado
Isso porque, a inteligência americana e as forças de segurança que participaram do operacional, tanto em nível federal e estadual como local, ainda não podem assegurar com certeza se os irmãos Tamerlan e Dzhokar Tsarnaev atuaram sozinhos e nem por que decidiram colocar os artefatos explosivos em Boston.
O governador de Massachusetts, Deval Patrick, afirmou hoje em entrevista coletiva que o suspeito detido se encontra em "estado grave, mas estável, embora ainda não seja capaz de se comunicar".
"Esperamos que ele sobrevivesse porque temos milhões de perguntas a fazer", declarou Patrick, que espera que, em breve, as autoridades possam iniciar os interrogatórios a Dzhokar.
Com o objetivo de poder chegar solucionar o caso por completo, o FBI e a CIA não lerão os direitos básicos ao jovem, conhecidos como "Miranda Rights", para que o mesmo não possa permanecer em silêncio durante o interrogatório.
O suspeito será interrogado por um "grupo de alto nível", formado por membros do FBI e da CIA especializados em casos de terrorismo, que se remeterão desta exceção da justiça americana aplicada em casos de perigo para a segurança pública.
Dzhokar foi levado ontem ao hospital Beth Israel de Boston para ser tratado dos ferimentos que supostamente sofreu durante sua fuga na noite de quinta-feira, quando escapou de cerco policial e iniciou outra fuga até se esconder em um barco de passeio no quintal de uma casa em Watertown, cidade situada ao oeste de Boston.
Após quase uma hora de negociação e troca de tiros com a imponente força de segurança, incluindo grupos de elite de agências federais, equipes SWAT de Boston e da Guarda Nacional, Dzhokar decidiu se entregar.
O chefe de Polícia de Watertown, Edward Deveau, afirmou hoje em uma entrevista à emissora "CNN" que, segundo os primeiros indícios, os irmãos Tsarnaev atuaram sem ajudas externas, embora o interrogatório do jovem de 19 anos continue sendo fundamental.
A fuga iniciada pelos dois irmãos foi finalizada na cidade de Watertown, onde os dois irmãos, após terem matado um policial no Instituto Tecnológico de Massachusetts (MIT), trocaram tiros com a polícia, uma ação que resultou na morte de Tamerlan - o irmão mais velho, de 26 anos -, enquanto Dzhokar conseguiu fugir novamente.
De acordo com Deveau, no lugar onde ocorreu este primeiro confronto entre os suspeitos e as forças de segurança, os agentes de segurança encontraram pistolas, uma espingarda e pelo menos seis bombas, das quais acreditam que explodiram três.
O senador republicano Lindsey Graham insistiu novamente hoje para que o governo considerasse "manter o suspeito de Boston como um combatente inimigo com o objetivo de reunir (informação de) inteligência".
"A última coisa que queremos fazer é conceder ao suspeito de Boston os direitos de 'Miranda' para que o mesmo tenha chances de 'ficar calado'", argumentou o senador.
Por outra parte, segundo as emissoras "CBS" e "CNN", o FBI já tinha entrevistado Tamerlan no ano de 2011, quando um governo estrangeiro pediu para averiguar se ele tinha vínculos com grupos extremistas.
Nessa entrevista, o FBI não encontrou nada que pudesse incriminar o jovem e, embora a entrevista tenha sido solicitada por um país não identificado, o jornal "Los Angeles Times" assegurou ser a Rússia.
O pedido se baseou em informação de que Tamerlan "era um seguidor do islamismo radical com uma forte crença", segundo o FBI, que também assinalou que o jovem "tinha mudado drasticamente desde 2010" e se preparava para sair dos EUA para "se unir a grupos clandestinos não especificados".
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, convocou hoje o Conselho Nacional de Segurança do país, com o qual esteve reunido durante uma hora e meia, para tratar dos últimos avanços sobre a investigação.
No encontro, Obama ressaltou a necessidade de continuar reunindo informação de inteligência para poder responder às perguntas que ainda não foram resolvidas.
Dzhokar Tsarnaev, o mais novo dos irmãos, poderia ser acusado por terrorismo em nível federal, além de outras acusações por homicídio em nível estadual, segundo comentou à emissora "CNN" um funcionário do Departamento de Justiça.
Vítimas
Três pessoas morreram no atentado de segunda-feira. O primeiro identificado foi Martin Richard (foto abaixo), de 8 anos. Ele estava aguardando a chegada do pai na maratona. Sua mãe, que também estava no local, sofreu traumatismo craniano, enquanto sua irmã, de 6 anos, perdeu uma perna. Nesta terça-feira, uma usuária do Facebook postou uma foto antiga de Martin em que o garoto que pede paz em um cartaz.
Outra vítima é Krystle Campbell (foto abaixo), de 29 anos. Ela vivia em Medford, Massachussets. "Minha filha era a mais amorosa das meninas. Ajudava a todos e estou muito chocado com tudo. Estamos devastados", disse o pai de Krystle. Ela estava na linha de chegada com um amigo esperando o namorado, que participava da corrida. Seu pai afirmou não saber se o jovem completou a maratona antes das explosões. A terceira pessoa morta foi um cidadão chinês que estudava da Boston University. A família não autorizou a divulgação do nome e a informação foi repassada pelo porta-voz da instituição.
A terceira vítima do atentado foi a chinesa Lu Lingzi (foto abaixo), segundo o jornal estatal chinês Shenyang Evening News. Segundo a publicação, ela era uma estudante da Universidade de Boston. A morte causou comoção e provocou manifestações antiamericanas na China.
O consulado chinês em Nova York disse em um comunicado na terça-feira que outro cidadão da China foi ferido e estava em condição estável após uma cirurgia.
O ministério das Relações Exteriores e o consulado Geral da China não anunciaram o nome da vítima a pedido da família. Mas na terça-feira, a mídia de Boston citou uma fonte chinesa do consulado Geral, dizendo que Lu Lingzi estava entre os desaparecidos após as explosões de segunda-feira.
Vídeo mostra suspeitos na Maratona de Boston:
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