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coreia do norte

EUA avaliam próximos passos após morte de Kim Jong-il

O governo dos Estados Unidos reagiu com cautela à morte do líder norte-coreano Kim Jong-il, enquanto avalia os próximos passos e os efeitos da notícia nas negociações sobre o programa nuclear de Pyongyang.

"Ainda é muito cedo para determinar" se haverá uma melhora nas relações com a Coreia do Norte, declarou nesta segunda-feira (19) o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, em sua entrevista coletiva diária.

"Esperamos que a nova direção do país tome as medidas necessárias para apoiar a paz, a prosperidade e um futuro melhor para os norte-coreanos, principalmente atuando de acordo com suas obrigações em relação à desnuclearização", afirmou Carney.

Em qualquer caso, ressaltou o porta-voz, os EUA continuarão pressionando o regime para que cumpra seus compromissos internacionais e ponha fim a seu programa nuclear.

Anteriormente, a secretária de Estado, Hillary Clinton, frisou que seu país deseja uma transição pacífica e estável na Coreia do Norte após a morte de Kim Jong-il, que havia designado como sucessor seu filho Kim Jong-un, sobre o qual se conhece muito pouco.

Em declarações ao lado do ministro das Relações Exteriores do Japão, Koichiro Gemba, com quem se reuniu hoje em Washington, Hillary afirmou que os EUA esperam melhores relações com o povo norte-coreano e está preocupado com seu bem-estar.

O país está em contato com Rússia e China e se "coordena muito de perto" com Japão e Coreia do Sul, os países envolvidos nas conversas de seis lados sobre o programa nuclear norte-coreano, destacou a secretária de Estado.

Por sua parte, Gemba ressaltou a necessidade de uma coordenação muito de perto entre os países participantes das conversas de seis lados, uma iniciativa que busca o fim do programa nuclear norte-coreano, mas que atualmente está em ponto morto desde 2008.

Em 2009 os inspetores internacionais foram expulsos da Coreia do Norte.

O mote da coordenação e da prudência foi repetido hoje em todas as reações oficiais americanas após uma morte que cria várias dúvidas sobre o futuro do país mais hermético do mundo.

Alerta

O Departamento de Defesa dos EUA indicou que o estado de alerta de suas tropas na península coreana permanece inalterado após o anúncio da morte do chefe de Estado que os norte-coreanos chamavam de "querido líder".

Em declarações à imprensa, o porta-voz do Pentágono, George Little, indicou que o secretário de Defesa, Leon Panetta, falou hoje por telefone com seu colega sul-coreano, Kim Kwan-jin, e reiterou o compromisso de seu país com a estabilidade na península e a aliança bilateral.

Os dois ministros da Defesa se mostraram de acordo sobre a necessidade de uma atitude prudente no que diz respeito à segurança, acrescentou o porta-voz.

"Tanto o secretário como o ministro compreendem que nos encontramos em um momento delicado e devemos acompanhar de perto os eventos na Coreia do Norte e na península", comentou Little.

A morte de Kim, ocorrida no sábado e divulgada no domingo, aconteceu em decorrência de um ataque cardíaco, segundo os meios oficiais norte-coreanos.

O fato, que abriu um período de luto no país até o próximo dia 28, quando acontecerá o funeral oficial, acontece em um momento-chave, quando Washington e Pyongyang travavam negociações sobre a provisão de ajuda humanitária a Coreia do Norte e tentavam reiniciar as conversas de seis lados.

Retorno

O enviado especial dos EUA na Coreia do Norte, Glyn Davies, acabava de retornar de uma viagem por Coreia do Sul, Japão e China para estudar as possibilidades de retomar essas negociações.

Funcionários americanos e norte-coreanos também mantiveram contatos em Genebra em duas ocasiões nos últimos meses para tentar reavivar as conversas multilaterais.

Embora sem resultados concretos, a simples existência das reuniões já representou um avanço, após as tensões do ano passado depois que Seul acusou o regime de Pyongyang de estar por trás do naufrágio do navio Cheonan.

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