Os EUA cancelaram vistos de um "número indeterminado" de funcionários do governo haitiano, em mais uma medida para pressionar o presidente René Préval a realizar o segundo turno das eleições presidenciais sem o candidato governista. "Nosso foco, neste momento, é garantir ao Haiti um processo eleitoral livre, justo e com credibilidade", disse o porta-voz do Departamento de Estado, Philip Crowley.
Segundo ele, outras medidas estão "sendo avaliadas".
O cancelamento dos vistos acontece um dia depois de os Estados Unidos subirem o tom contra o governo Préval e "urgirem" as autoridades eleitorais a "implementar" recomendações da Organização dos Estados Americanos sobre as eleições.
A ONU e a França também aumentaram a pressão pública sobre Préval.
Já o Brasil, que comanda militarmente a missão das Nações Unidas no Haiti, tem feito declarações mais suaves e insiste que manterá a diretriz de "integral solidariedade com a decisão soberana do povo haitiano".
A comissão da OEA, a convite de Préval, analisou os resultados do primeiro turno da votação, em 28 de novembro, e propôs que o segundo turno seja disputado entre os oposicionistas Mirlande Manigat e Michel Martelly.
O candidato do governo, Jude Celéstin, ficaria fora, em contradição com os resultados preliminares publicados pelo Conselho Eleitoral Provisório em dezembro.
Nesta semana, o órgão anunciou que vai "considerar a conclusão da OEA, mas terá a última palavra.
Baby Doc
O ex-ditador do Haiti, Jean-Claude Duvalier, o "Baby Doc", afirmou na noite de ontem que foi o devastador terremoto que atingiu o Haiti, há pouco mais de um ano, que o fez voltar para o país caribenho, para ajudar a reconstruir o país. Ele fez um pequeno discurso em uma casa alugada para onde foi após deixar o Hotel Karibe.
Baby Doc disse sentir uma "profunda tristeza" por qualquer um que acredite ter sido prejudicado por seu regime. Ele governou o Haiti entre 1971 e 1986 como ditador, quando foi afastado por uma rebelião.