Em um encontro inédito com líderes africanos, o governo do presidente norte-americano, Barack Obama, mostrou nesta segunda-feira seu desejo de fortalecer as relações com a África. Os representantes de quase 50 países africanos se reuniram em Washington para discutir questões como pobreza, terrorismo, investimentos, corrupção e doenças mortais.
O foco principal do evento era debater como construir Estados democráticos e aumentar os investimentos no continente, que abriga algumas das economias que crescem mais rapidamente e que possui uma classe média ascendente. No entanto, a epidemia do vírus Ebola, que matou ao menos 887 pessoas no Oeste da África, se impôs como ponto central das discussões.
A secretária de Serviços Humanitários e de Saúde, Sylvia Mathews Burwell, e outros oficiais dos EUA conversaram com o presidente da Guiné, Alpha Condé, além de representantes da Libéria e de Sierra Leone sobre o surto da doença. Burwell e o doutor Tom Frieden, diretor dos Centros para Prevenção e Controle de Doenças, enfatizaram os esforços norte-americanos para controlar a epidemia.
O Banco Mundial prometeu, nesta segunda-feira, enviar US$ 220 milhões para ajudar os três países a controlarem as infecções. O grupo afirmou que o dinheiro poderia ser usado para financiar suprimentos médicos de emergência, os salários da equipe médica, além de auxiliar no desenvolvimento de redes de laboratórios que impedissem futuros surtos de Ebola.
De seu lado, agentes do governo norte-americano elogiaram as relações entre os EUA e os países africanos, além de falarem sobre o progresso do continente. "Eu acredito que 10 entre os 15 países que mais crescem no mundo estão na África", afirmou o secretário de Estado norte-americano, John Kerry. "A África terá uma força de trabalho maior que a da China em 2040".
O governo Obama se comprometeu a renovar o Ato pelo Crescimento e pela Oportunidade na África (AGOA, na sigla em inglês), que deveria expirar no ano que vem. Desde 2010, a medida esteve entre os principais esforços dos EUA para promover o comércio e o investimento no continente africano, abrindo novos mercados para os produtos norte-americanos.
O presidente da África do Sul, Jacob Zuma, disse que gostaria de ver o AGOA renovado por mais 15 ano, com a inclusão de seu país. "Nós acreditamos que, ao apoiar a extensão do ato, os EUA estarão promovendo a integração africana, a industrialização e o desenvolvimento da infraestrutura", disse Zuma em seu discurso na Câmara do Comércio dos EUA.
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