Genebra - O governo dos Estados Unidos comemorou abertamente a mudança da posição do Brasil na questão do Irã, mas considera a reviravolta ainda insuficiente para garantir ao país uma vaga permanente no Conselho de Segurança (CS) da Organização das Nações Unidas (ONU).
Ao término da votação de ontem no Conselho de Direitos Humanos da ONU, diplomatas norte-americanos fizeram questão de felicitar a diplomacia brasileira pela nova postura.
"O Brasil hoje mostrou a liderança que tanto esperávamos", afirmou a embaixadora dos Estados Unidos na ONU em Genebra, Eileen Donahoe. "O que vimos hoje foi um show de liderança da presidente [Dilma Rousseff] e o governo americano apreciará muito isso", declarou.
O tema chegou a ser tratado por Barack Obama quando esteve no Brasil.
Mas a Casa Branca saiu decepcionada diante da falta de uma declaração positiva do Brasil. Parte da negociação proposta pelo Brasil envolvia um eventual apoio dos Estados Unidos à candidatura ao Conselho de Segurança da ONU.
Barganha
Donahoe confirmou que a posição norte-americana foi a de não aceitar a barganha. Segundo ela, Washington verá a nova posição brasileira sobre o Irã com "muito bons olhos".
Mas isso não significará uma passagem garantida para ter um lugar no Conselho de Segurança da ONU. Quem também elogiou Dilma foi a União Europeia, classificando a nova atitude brasileira como "muito positiva". Mas Bruxelas também fez sua ressalva. "Não é ainda uma mudança radical na política externa brasileira", disse o embaixador da França na ONU, Jean Baptiste Mattei. "Basta ver que o Brasil se absteve na votação sobre uma operação na Líbia", comentou.
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