Aquele 20 de abril de 1999 era para ser um dia comum no colégio Columbine, no subúrbio de Denver, Colorado, Estados Unidos. Mas, quando tiros foram ouvidos e o alarme de emergência tocou, o mundo soube de uma das mais trágicas histórias ocorridas dentro de uma escola dos EUA - e que completa dez anos nesta segunda-feira (20).
Naquela tarde, os estudantes Eric Harris and Dylan Klebold detonaram bombas caseiras e abriram fogo no colégio, matando 13 pessoas (12 estudantes e um professor) e ferindo 23 outras antes de cometerem suicídio. Enquanto atiravam, eles riam e gritavam.
Harris e Klebold planejaram por meses detonar as bombas dentro da cafeteria do colégio na hora do almoço e depois atirar nos sobreviventes, segundo mostrou uma investigação policial. A maioria de suas bombas falhou, mas eles atiraram do mesmo jeito, matando pessoas deliberadamente dentro e fora da escola.
Entrevistado pelo jornal "Los Angeles Times", o sobrevivente do ataque Andrew Robinson conta que no início não deu crédito para os barulhos que ouvia. Mas, quando ele começou a andar pelos corredores, ele percebeu que algo estava muito errado. "Há uma enorme diferença entre alguém correr normalmente e correr para salvar pela sua vida", disse. Robinson escreveu e dirigiu o filme "April Showers", que deve ser lançado nos EUA no dia 24.
Eternizado em livros e filmes, o massacre chocou o país. Foi o pior do tipo na hisória recente dos EUA e veio seguido de outros. A tragédia representou a dissolução da ideia fixa de que as escolas de cidades interioranas eram o exemplo de segurança.
Importância
"Foi um ataque marcante, definiu a categoria social de ataques armados a escolas", disse à agência de notícias Associated Press Katherine S. Newman, professora de sociologia da Universidade de Princeton.
Nos dois anos antes do ataque em Columbine, pelo menos 16 estudantes e professores morreram da mesma forma no país. Todos os atiradores eram adolescentes. "Se não fossem esses outros ataques, Columbine teria sido visto como 'uma aberração' que não deveria se repetir", disse à AP James Alan Fox, professor de criminologia da Universidade Northeastern.
Ainda não se sabem os verdadeiros motivos que levaram a dupla ao ataque. Livros publicados e reportagens sobre o assunto apontam Harris como um psicopata perspicaz e Klebold como um suicida depressivo.
As investigações liberaram centenas de documentos por ordem judicial, mas outras evidências, como os depoimentos dos parentes da dupla, nunca se tornaram públicas. Um juiz em 2007 ordenou que esses relatos permanecessem em segredo por 20 anos.
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