Washington - Os Estados Unidos autorizaram a realização de missões secretas da CIA (agência de inteligência) na Líbia, para obter dados sobre alvos da coalizão internacional e contatar os rebeldes que buscam depor o ditador Muamar Kadafi. O governo norte-americano e a agência não confirmaram nem negaram a revelação.
As ações, relatadas ao jornal The New York Times e à agência de notícias Reuters, confirmam a atuação das forças aliadas em defesa da oposição líbia, o que ultrapassa a resolução da ONU que autorizou a intervenção militar.
O texto prevê somente a imposição de zona de exclusão aérea na Líbia e a proteção de civis contra ataques.
Mas, segundo os funcionários do governo que falaram sob anonimato, agentes secretos trabalham há ao menos duas semanas para fornecer informações para os ataques aliados e ajudar os rebeldes a ganhar terreno.
Agentes do MI6, agência britânica, também estariam realizando ações secretas.
Um funcionário dos EUA disse ao New York Times que, ao travar contato com rebeldes, os norte-americanos tentam entender quem são os líderes rebeldes e a quem eles são ligados.
EUA e aliados temem que por trás da oposição a Kadafi haja extremistas islâmicos.
Outro objetivo das operações é coletar dados que possam enfraquecer o poderio militar de Kadafi, de modo que auxiliares do ditador da Líbia desertem do governo.
Desde ontem, ao menos, EUA e Reino Unido cogitam publicamente armar rebeldes, mas negam ter tomado decisão nesse sentido.
Os dois países entendem que o embargo aprovado pela ONU em fevereiro prevê a possibilidade. Além disso, o envio de armas a opositores seria legítimo a fim de proteger civis contra Gaddafi. A interpretação aliada é contestada por analistas.
Os aliados afirmam ainda que pretendem continuar os ataques até que o ditador líbio decida deixar o poder.
A coalização também discute a possibilidade de repassar para os insurgentes recursos de Kadafi que foram bloqueados no exterior.
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