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O ministro Moussa Koussa, que fazia a “ponte” entre o regime e o exterior, não teria concordado com ataques a civis pelas forças armadas | Zohra Bensemra/Reuters
O ministro Moussa Koussa, que fazia a “ponte” entre o regime e o exterior, não teria concordado com ataques a civis pelas forças armadas| Foto: Zohra Bensemra/Reuters

EUA promovem ações secretas na Líbia

Washington - Os Estados Unidos autorizaram a realização de missões secretas da CIA (agência de inteligência) na Líbia, para obter dados sobre alvos da coalizão internacional e contatar os rebeldes que buscam depor o ditador Muamar Kadafi. O governo norte-americano e a agência não confirmaram nem negaram a revelação.

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Londres - Depois de desembarcar em Londres ontem em voo procedente da Tunísia, o ministro das Relações Exteriores da Líbia, Moussa Koussa, decidiu abandonar seu posto. A informação foi confirmada pela diplomacia britânica.

Segundo a Secretaria de Exte­­rior da Grã-Bretanha, Koussa anunciou que estava desertando ao chegar em um aeroporto na periferia de Londres e estaria "em discussões" com o governo britânico. "Nós encorajamos aqueles que estão em volta de Kadafi a abandoná-lo e abraçar um futuro melhor para a Líbia", completava a nota.

A Líbia negou que o ministro tenha desertado. Em comunicado, o governo de Muamar Kadafi afirmou que ele está "em missão diplomática".

Ex-chefe da agência de espionagem de Kadafi, Koussa ganhou o apelido de "enviado da morte" por seu envolvimento no assassinato de dissidentes líbios exilados na Europa. Educado nos EUA, ele foi o protagonista da reaproximação entre a Líbia e o Ocidente após os atentados de 11 de setembro de 2001 contra os Estados Unidos.

Koussa pessoalmente supervisionou tanto o desmantelamento do programa de armas proibidas de Kadafi quanto a entrega ao Ocidente dos responsáveis pelo atentado de Lockerbie, em 1988 – as duas condições para tirar o regime de Trípoli do ostracismo, em 2003.

O chanceler havia sido o único integrante do alto escalão do governo líbio que não foi nominalmente citado no texto da resolução aprovada pelo Conselho de Segurança da ONU, em fevereiro. Ainda não está claro se a aparente omissão tem alguma relação com sua fuga para a Grã-Bretanha.

Foi Moussa quem anunciou que a Líbia acataria a resolução da ONU impondo um cessar-fogo, adotada no dia 17. O governo Kadafi, porém, não cumpriu sua promessa e, no mesmo dia, voltou a atacar os rebeldes.

Representação na ONU

O governo da Líbia escolheu um ex-ministro das Relações Exte­­riores da Nicarágua para representar o país na ONU. O anúncio do governo nicaraguense afirma que o ex-chanceler da Líbia, Moussa Koussa, enviou uma carta ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pedindo que Miguel D’Escoto Brockman, 78 anos, represente o país na organização.

D’Escoto é um ex-padre católico que serviu como chanceler da Nicarágua logo após a Revolução Sandinista, em um governo de esquerda. Ele nasceu nos EUA e possui cidadanias americana e nicaraguense. D’Escoto já foi presidente da Assembleia Geral da ONU nos anos de 2008 e 2009.

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