O governo norte-americano disse nesta quarta-feira que solicitará um adiamento de dois meses em todos os julgamentos militares de suspeitos de terrorismo presos na base de Guantánamo, enquanto o Congresso avalia novas regras para esses processos e a Casa Branca considera a hipótese de julgá-los em tribunais regulares dos EUA.
O presidente dos EUA, Barack Obama, pretende fechar a prisão e julgar alguns dos suspeitos estrangeiros de terrorismo em "comissões militares" e outros em cortes federais dos EUA. A prisão, em uma base naval norte-americana em Cuba, atualmente tem 226 detentos.
Os tribunais militares estão suspensos desde que Obama anunciou, logo depois da sua posse, em janeiro, que pretendia desativar a prisão no prazo de um ano. Cerca de dez casos estão pendentes perante juízes militares. O governo tem até quinta-feira para solicitar um novo adiamento.
Um dos presos, Ramzi Binalshibh, acusado de envolvimento com os atentados de 11 de setembro de 2001, pediu a um tribunal de recursos dos EUA em Washington que suspendesse o seu julgamento militar, alegando ser inconstitucional. Advogados do Departamento de Justiça são contra, mas, ao mesmo tempo, informaram a corte sobre a intenção de solicitar um novo adiamento de 60 dias, já que as regras para as ditas "comissões militares" podem ser substancialmente alteradas em breve pelo Congresso.
Uma das alterações, a pedido de Obama, seria proibir que os tribunais militares criados no governo de George W. Bush usem confissões obtidas com interrogatórios agressivos, além de restringir o uso de provas apenas testemunhais.
Os advogados do Departamento de Justiça disseram que no prazo de 60 dias irão decidir se Binalshibh será julgado em uma corte federal ou em um tribunal militar. Eles disseram ainda que o réu só poderia ter recorrido à corte de apelações depois de ter sido submetido a algum tipo de julgamento.
Paralelamente, no Congresso, o diretor do FBI, Robert Mueller, disse não ver muitos problemas em transferir presos de Guantánamo para instalações carcerárias de segurança máxima dentro dos EUA, algo a que alguns republicanos se opõem.
"Na maioria das prisões federais haveria pouquíssimo risco", disse Mueller em audiência na Comissão de Justiça do Senado.
"Minha expectativa é de que, quando se leva pessoas do exterior que estão envolvidas em terrorismo, elas recebam a maior prioridade (em termos de segurança)", afirmou.
O diretor do FBI disse ainda que a maioria dos presos detidos no Iraque e no Afeganistão por forças dos EUA não foi informada de seus direitos, e que essa questão não está interferindo no trabalho das tropas norte-americanas.
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