A secretária norte-americana de Estado, Hillary Clinton, suspendeu a proibição para que um acadêmico muçulmano da universidade britânica de Oxford visite os Estados Unidos, numa decisão celebrada por entidades de direitos civis.

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O anúncio foi feito na quarta-feira por P.J. Crowley, porta-voz do Departamento de Estado. O influente professor Tariq Ramadan, crítico da guerra do Iraque, era acusado de ligação com o terrorismo, o que ele nega.

Crowley acrescentou que foi suspenso também o veto à presença de outro acadêmico islâmico, Adam Habib, da Universidade de Johanesburgo.

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"Não achamos que nenhum deles represente uma ameaça aos Estados Unidos", disse Crowley a jornalistas, acrescentando que o governo dos EUA pretende estimular uma maior interação com o mundo islâmico.

"Queremos encorajar um debate global. Queremos ter a oportunidade de potencialmente ter acadêmicos islâmicos vindo aos Estados Unidos e ter um diálogo com outras comunidades de fé no nosso país", afirmou.

Crowley explicou que, se solicitarem novos vistos para entrar nos EUA, os dois acadêmicos serão submetidos aos mesmos procedimentos que os demais viajantes.

De Londres, Ramadan disse que a decisão mostra uma nova disposição dos EUA em permitir o debate crítico. O acadêmico, que tem nacionalidade suíça, disse que em breve deve solicitar o visto.

Já Jameel Jaffer, diretor do Projeto de Segurança Nacional da União Americana de Liberdades Civis (ACLU), viu na decisão "uma importante vitória para as liberdades civis". "As ordens acabando a exclusão de Adam Habib e Tariq Ramadan já não eram sem tempo e são extremamente importantes", afirmou.

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"Durante vários anos o governos dos Estados Unidos esteve mais interessado em estigmatizar e silenciar os críticos estrangeiros do que em se envolver com eles. A decisão (...) é um sinal bem-vindo de que o governo (do presidente Barack) Obama está comprometido em facilitar ao invés de obstruir o intercâmbio de ideias através de fronteiras internacionais", disse.

Ativistas diziam que as restrições a Ramadan e Habib eram parte de um padrão pelo qual acadêmicos e escritores eram barrados com base em razões não-especificadas e injustificadas de segurança nacional.

Os EUA revogaram várias vezes o visto de Tariq Ramadan desde 2004. Washington inicialmente não apresentava justificativa, mas depois acusou o intelectual de ligação com o terrorismo. A ACLU afirmou que o governo estava usando medidas previstas na chamada Lei Patriota para barrar pessoas com visões políticas divergentes.

Habib foi detido e interrogado a respeito de suas posições e ligações políticas ao desembarcar em Nova York em outubro de 2006 para reuniões de entidades como o Banco Mundial e a ACLU.

Ramadan disse à Reuters que continua proibido de entrar em vários países árabes, como Egito e Arábia Saudita, e que tem pouca esperança de que isso mude em breve. Ele irritou vários governos da região por acusá-los de virar as costas ao povo palestino.

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