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Os Estados Unidos esperam que a retirada dos colonos israelenses da Faixa de Gaza represente um salto no processo de paz no Oriente Médio, mas analistas dizem que pouco poderá ser feito nos meses seguintes à polêmica medida.

Altas autoridades americanas têm se deslocado entre Washington e o Oriente Mèdio para amenizar os problemas antes da retirada, que começa na segunda-feira e está prevista para terminar em 4 de setembro.

Neste fim de semana, o secretário-assistente de Estado, David Welsh, deve chegar à região, e apesar de ainda não haver planos para uma visita da secretária de Estado, Condoleezza Rice, sua equipe diz que ela está pronta para isso, se necessário.

Os EUA estão tentando suavizar a retirada por meio de medidas para melhorar as condições de vida para ambos os lados. Nos últimos dias, a Agência para o Desenvolvimento Internacional americana tem anunciado futuros contratos de trabalho para engenheiros na melhora das estradas na Faixa de Gaza assim como estudo de viabilidade com o Banco Mundial para um sistema de transporte seguro entre a região e a Cisjordânia.

Especialistas em Oriente Médio e ex-diplomatas americanos disseram que os Estados Unidos precisam assegurar que os palestinos tenham facilidade para entrar e sair da Faixa de Gaza, evitando protestos e uma possível complicação dos esforços de paz no futuro.

Ned Walker, que foi embaixador dos EUA em Israel e no Egito e que agora preside o Middle East Institute, em Washington, disse que os palestinos gostariam de avançar em outros temas, logo depois da retirada dos colonos judeus, como o status da Cisjordânia, que poderia colocar o governo Bush em uma situação delicada com Israel.

Os EUA vêem a questão da Faixa de Gaza como o início de um processo de paz, mas uma autoridade do Departamento de Estado disse que claramente há dificuldades em ambos os lados.

- Nosso plano é conclamar os dois lados a voltar ao diálogo, mas nós temos que ver como isso vai acontecer. Não dá para seguir um roteiro - disse a autoridade, que pediu para não ser identificada.

O grupo extremista Hamas prometeu na semana passada continuar a luta armada após a retirada de Israel da Faixa de Gaza, enviando uma mensagem aos palestinos de que é essencial resistir para pôr fim à ocupação.

Dennis Ross, enviado especial dos EUA ao Oriente Médio durante o governo Clinton, disse estar desapontado com o fato de que os EUA ainda não conseguiram resolver alguns assuntos importantes, mas afirmou também que Washington deve desempenhar um papel de liderança nas negociações futuras.

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