O presidente boliviano esquerdista, Evo Morales, e um bloco de governadores oposicionistas reiniciaram no domingo conversações para aliviar as tensões políticas que no mês passado desencadearam uma onda de protestos e choques mortais.
O conflito entre Morales, primeiro presidente indígena da Bolívia, e os governadores que pedem mais autonomia e se opõem a suas reformas anticapitalistas e pró-indígenas suscitaram choques nos quais pelo menos 19 pessoas foram mortas, em sua maioria partidárias do presidente.
Os conflitos abalaram quatro províncias administradas por políticos de direita, onde grupos contrários a Morales invadiram edifícios públicos, atacaram instalações de energia e bloquearam rodovias.
"Estamos apostando na possibilidade de garantir a autonomia de todos os departamentos e regiões... (mas) alguns governadores querem autonomia apenas para algumas famílias", disse Morales a partidários antes de participar das conversações na província central de Cochabamba.
Embora Morales tenha dito que espera que um acordo seja assinado no domingo, os governadores pró-autonomia disseram que a reunião servirá apenas para relançar as negociações.
Quatro governadores concordaram em reunir-se com Morales em meados de setembro, mas abandonaram as negociações na quarta-feira em protesto contra a prisão de um manifestante que, segundo o governo, liderou ataques contra duas instalações de gás natural.
Um quinto governador oposicionista foi preso no mês passado, acusado de ser responsável pelas mortes de pelo menos 15 camponeses indígenas na província nortista de Pando, durante os conflitos.
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