Washington - O deputado democrata Rahm Emanuel, um dos principais assessores do último presidente democrata, Bill Clinton (19932001), na Casa Branca, aceitou ontem o convite para ser chefe de gabinete do presidente eleito Barack Obama. O deputado por Illinois mesmo estado pelo qual Obama é senador, é o primeiro nome confirmado para a equipe do futuro governo dos Estados Unidos.
Emanuel é o democrata número três na Casa dos Representantes (Câmara dos Deputados). Na chefia de gabinete, ele deverá oferecer experiência e fortes contatos no Congresso. Seu estilo rude e impetuoso e seu histórico de congressista, porém, podem entrar em conflito com a vontade de Obama de mudar a política em Washington, previu o jornal The New York Times.
Emanuel é amigo próximo de Obama e tem uma importante experiência híbrida pouco comum como assessor de Clinton, líder no Congresso e estrategista político. Deputado desde 2002, mostrou na administração Clinton um estilo agressivo e instrumental na definição de questões de política interna como saúde, previdência e comércio.
Depois de deixar o posto na Casa Branca, Emanuel trabalhou no mercado financeiro por três anos, até ser eleito deputado. Quando jovem, feriu com gravidade um dedo em um cortador de carne e, por causa de uma infecção, perdeu metade do dedo do meio de sua mão direita, o que se tornou um tipo de marca registrada do político.
Sua passagem pelo mercado financeiro e em bancos dá margem para criticas de que ele seria aliado dos banqueiros de Wall Street. Críticos afirmam que ele só teve sucesso no ramo devido aos seus contatos políticos.
O nome de Emanuel para a chefia de gabinete é mais um passo na estratégia de Obama de compensar a inexperiência criticada durante a campanha levando veteranos da Casa Branca para ajudá-lo a enfrentar a crise financeira e os gastos dos conflitos no Iraque e Afeganistão.
Segurança
Obama busca criar uma equipe não só experiente como também bipartidária. Entre os nomes republicanos cogitados estão os senadores Chuck Hagel viajou com Obama no Iraque e no Afeganistão durante a campanha e Dick Lugar que combateu da Guerra do Vietnã (1959 a 1975) e é um grande crítico do governo Bush.
Outro nome é Robert Gates, secretário de Defesa de Bush, cogitado como possível integrante do time de segurança nacional de Obama. Ele trabalhou para a CIA por 27 anos e, como diretor, entre 1991 e 1993. Foi também vice-conselheiro de segurança nacional do governo do pai de Bush, George H. W. Bush.
Economia
O presidente eleito, que herdará a pior crise financeira em décadas quando tomar posse em 20 de janeiro, deve anunciar suas escolhas para alguns postos-chave da equipe econômica até a próxima semana, mas pode revelar quem será seu secretário de Tesouro ainda nesta semana. Timothy Geithner, presidente do FED de Nova Iorque, o ex-secretário de Tesouro Lawrence Summers e o ex-chairman do Fed Paul Volcker estão entre os favoritos. A ex-conselheira do governo Clinton Laura Tyson também é cotada. O escolhido terá a tarefa de gerenciar o programa de resgate econômico de US$ 700 bilhões de dólares, além de uma reforma regulatória.
O presidente eleito já anunciou, um dia depois da eleição, uma equipe de transição que, além da área econômica, também deve trabalhar para preencher rapidamente os postos na área e segurança interna do governo.
A transição é comandada por Valerie Jarrett, uma amiga próxima de Obama; Pete Rouse, chefe de gabinete do presidente eleito no Senado; e John Podesta, ex-chefe de gabinete de Bill Clinton.