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Eleições

Ex-comunista é eleito presidente da Itália

Atualizado em 10/05/2006 às 20h18

A Itália elegeu um novo presidente nesta quarta-feira, pondo fim a um longo período de indefinição política. A eleição do ex-comunista Giorgio Napolitano abre caminho para a nomeação de Romano Prodi como o novo primeiro-ministro do país, mais de um mês depois de o líder da centro-esquerda ter derrotado Silvio Berlusconi nas urnas.

O candidato de Prodi, Giorgio Napolitano, de 80 anos e hoje senador vitalício, conseguiu 543 votos dos parlamentares e representantes regionais - 38 votos a mais do que a maioria absoluta de que necessitava.

O resultado representa uma importante vitória para Prodi, que não pode assumir seu cargo enquanto um novo presidente não lhe conceder um mandato para formar o governo.

Após a votação, Prodi disse a repórteres que esperava ser capaz de empossar seu governo na próxima quarta-feira - depois da posse de Napolitano como chefe de Estado no lugar de Carlo Azeglio Ciampi.

Com a vitória do candidato da centro-esquerda, o premier Berlusconi, cujo mandato está terminando, sofreu seu mais recente golpe. O dirigente havia se recusado a apoiar Napolitano, afirmando que seus eleitores não entenderiam a escolha de um ex-comunista.

Mas a coalizão liderada por Prodi, contrariando a centro-direita, insistiu em seu candidato após três rodadas iniciais de votação - nas quais era preciso uma maioria de dois terços para eleger o chefe de Estado - terem sido dominadas por um impasse político.

Berlusconi reconheceu, contrariado, a vitória de Napolitano:

- Continuamos convencidos de que metade do país foi excluída dessa escolha. Essa não é a vontade do povo, mas desejamos a ele felicidade e um bom trabalho.

A eleição de Napolitano representa um grande alívio para Prodi, pois mostrou que o próximo premier italiano possui o peso político suficiente para convocar seus aliados e derrotar Berlusconi. O ainda primeiro-ministro continua a ser uma força importante como chefe do maior partido do Parlamento.

Porém, a inabilidade de Prodi de conseguir eleger seu candidato nas três primeiras rodadas de votação chamou atenção para os problemas que o novo governo pode enfrentar ao tentar aprovar suas medidas com uma maioria apertada e composta por diferentes partidos, desde centristas a esquerdistas mais radicais.

Napolitano, um ex-presidente do Parlamento e ex-ministro do Interior escolhido para ser senador vitalício no ano passado, deve tomar posse na próxima segunda-feira, tornando-se o 11º chefe de Estado da Itália desde o final da Segunda Guerra Mundial.

O cargo de presidente inclui poucos poderes, mas seu ocupante tem a prerrogativa de nomear primeiros-ministros, dissolver Parlamentos e reenviar projetos de lei ao Poder Legislativo.

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