O iemenita Salim Hamdan, ex-motorista do líder terrorista Osama bin Laden, foi condenado a cinco anos e meio de prisão pelo júri militar na base naval de Guantánamo, em Cuba. Os procuradores militares haviam pedido primeiramente uma pena de pelo menos 30 anos de prisão. O júri, formado por cinco homens e uma mulher, disse que Hamdan é culpado por ajudar o terrorismo, mas livrou-o das acusações de conspiração com a Al-Qaeda para cometer atos de terrorismo.
Salim Hamdan pediu ao júri militar para poupá-lo da prisão perpétua, desculpando-se pelas "pessoas inocentes" que foram mortas nos ataques de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos. Suas desculpas não puderam ser escutadas pelos repórteres porque o som foi desligado durante a parte dos procedimentos, para proteger informações classificadas pela inteligência. "Eu apresento minhas desculpas pessoais a eles, se qualquer coisa que eu fiz lhes causou sofrimento", afirmou Hamdan.
Ele disse que trabalhou para o líder terrorista Osama bin Laden apenas como motorista porque precisava de um emprego. Hamdan declarou ainda ter apenas uma "relação de respeito" com bin Laden, como teria qualquer outro empregado. Ele alega que precisava do salário mensal de US$ 200 para sobreviver. "É verdade que existem oportunidades de trabalho no Iêmen, mas não no nível que eu precisava após ter casado, e também não no nível das ambições que eu tinha para o meu futuro", disse, lendo um comunicado preparado em árabe.
O procurador John Murphy instigou os jurados a fazerem de Hamdan um exemplo, com uma sentença de 30 anos de prisão à perpétua. "Vocês julgaram que ele é culpado de crimes que tornaram nosso mundo extremamente inseguro e perigoso," disse Murphy. "O governo pede a vocês que dêem uma sentença que deixará nossa sociedade totalmente segura dele," completou.