O Senado paraguaio impediu pela terceira vez nesta quinta-feira (21) que o ex-presidente Nicanor Duarte Frutos tomasse posse como senador, em um novo capítulo do conflito político que ameaça paralisar o funcionamento da Casa.
Duarte foi eleito em abril e renunciou à Presidência no fim de junho para assumir o cargo, mas a oposição a seu partido no Congresso se negou a aceitar a demissão e a medida deixa o futuro político de Duarte em dúvida.
Nesta quinta-feira, o Senado ficou sem quórum na sessão em que o ex-governante iria tomar posse, já que, na semana passada, a Corte Suprema de Justiça determinou a legalidade de sua candidatura.
A crise na Casa também pode levar à destituição de seu presidente, Enrique González, que insiste que o ex-presidente tome posse, assegurou Marcelo Duarte, parlamentar do partido de centro-direita Patria Querida.
Duarte chegou à sede legislativa em sua primeira aparição pública desde 15 de agosto, quando entregou suas funções ao titular do Congresso, em uma cerimônia na qual evitou encontrar com o novo presidente Fernando Lugo, responsável por tirar o Partido Colorado, do ex-presidente, do poder.
O ex-presidente disse que tinha direito ao juramento, já que foi eleito pelo povo e era o primeiro de uma lista de mais votados. Além disso, argumenta que sua eleição foi ratificada pelos órgãos competentes.
"Aqui está uma decisão do Tribunal Superior de Justiça Eleitoral e da Corte Suprema de Justiça, a respeito da obrigação do meu juramento... não podemos continuar interpretando as leis e subordinando as instituições republicanas no Paraguai", disse Duarte a jornalistas.
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