O ministro das Relações Exteriores do Equador, Ricardo Patiño, informou neste domingo (23) que o ex-consultor americano da CIA, Edward Snowden, acusado de espionagem por Washington, pediu asilo político a seu país.
"O governo do Equador recebeu a solicitação de asilo por parte de Edward Snowden", afirmou o chanceler em sua conta no Twitter, sem dar maiores detalhes.
Kristinn Hrafnsson, porta-voz do Wikileaks, confirmou o pedido de asilo.
Mais cedo, o grupo, que está dando suporte à Snowden, disse em comunicado que o ex-funcionário "está seguindo para uma nação democrática através de uma rota segura para efeitos de asilo e está sendo escoltado por diplomatas e assessores jurídicos do WikiLeaks".
Na noite de ontem, Snowden saiu de Hong Kong e foi para a Rússia em um voo comercial. Segundo as últimas informações, ele aguarda na área internacional do aeroporto de Moscou para seguir viagem rumo a um terceiro país.
O embaixador equatoriano na Rússia, Patricio Zavala, esteve no aeroporto de Moscou no momento da chegada de Snowden, mas não revelou aos jornalistas se iria conversar com o ex-técnico da CIA.
O Equador concedeu asilo político a Julian Assange, fundador do site Wikileaks, que vive há cerca de um ano na embaixada do país em Londres.
Autoridades norte-americanas acusaram Snowden com roubo de propriedade do governo dos EUA, comunicação não autorizada de informações de defesa nacional e de comunicação intencional de dados de inteligência confidenciais a uma pessoa não autorizada, com as duas últimas acusações relacionadas à Lei de Espionagem dos EUA.
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos declarou hoje que irá pedir a cooperação das autoridades judiciárias dos países para os quais o ex-consultor poderia se dirigir.
A porta-voz do Departamento de Justiça americano, Nanda Chitre, informou que Snowden deixou Hong Kong "para um terceiro país", apesar do pedido de extradição apresentado pelos Estados Unidos, e que seu país buscará a "cooperação judicial com outros países para onde Snowden pode tentar buscar refúgio."
"Os documentos fornecidos pelo governo dos EUA não cumprem integralmente os requisitos legais sob a lei de Hong Kong. Não há base legal para restringir o Sr. Snowden de sair do país", disse o governo de Hong Kong em nota. Ainda de acordo com o comunicado, Snowden deixou Hong Kong "por sua própria vontade, através de um canal legal e normal."
O diretor da NSA, general Keith Alexander, anunciou também hoje a implantação de novas medidas de segurança para impedir o vazamento de informações. "Colocamos em prática medidas que possibilitarão vigiar nossos administradores de sistemas, o que fazem, de que se ocupam", declarou Alexander à ABC.
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