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Mídia

FBI investiga grampo de jornal a vítimas do 11 de Setembro

Manifestantes exibem cartazes para criticar a Fox News, tevê de propriedade de Murdoch,  durante protesto em Nova York | Timothy Clary/AFP
Manifestantes exibem cartazes para criticar a Fox News, tevê de propriedade de Murdoch, durante protesto em Nova York (Foto: Timothy Clary/AFP)

O escândalo de grampos ilegais envolvendo o extinto tabloide britânico News of the World ganhou ontem novos contornos no outro lado do Atlântico, elevando ainda mais a pressão sobre o magnata Rupert Murdoch. Nos Estados Uni­­dos, o FBI – a polícia federal norte-americana – abriu uma investigação para apurar denúncias contra o conglomerado midiático de Murdoch, a News Corp.

Há indícios de que veículos da News Corp. teriam grampeado telefones de vítimas do 11 de Se­­tembro. A decisão de abrir o in­­quérito ocorreu depois que o de­­putado republicano Peter King escreveu uma carta para o diretor do FBI pedindo a investigação.

A rede de televisão Sky News – parte do império de mídia de Murdoch – afirmou, porém, que o FBI vai trabalhar em conjunto com a Polícia Metropolitana de Londres e que a investigação vai focar apenas nas acusações contra os jornais britânicos.

"Estamos cientes das acusações e o FBI abriu uma investigação para estudá-las", confirmou à agência Efe uma porta-voz da po­­lícia em Nova York.

O FBI e o Departamento de Jus­­tiça negaram-se a dar detalhes da investigação. "O Departamento não faz comentários sobre as in­­vestigações, mas quando encontrarmos provas de algum crime tomaremos as ações necessárias", disse o porta-voz do Departamento de Justiça.

A News Corp. está no centro dos escândalos das escutas telefônicas ilegais no Reino Unido que provocaram o fechamento repetino do tabloide News of the World, de mais de um século e meio de existência.

Protestos

Ao mesmo tempo em que o FBI inicia investigações sobre a atuação do grupo de Murdoch, dezenas de pessoas protestaram on­­tem em frente à casa de Murdoch, em Nova York, para entregar uma petição denunciando o "racismo" do canal Fox News e exigir uma investigação nos Estados Unidos sobre as atividades do grupo.

O protesto foi convocado pela organização afro-americana Co­­lor of Change. Um de seus responsáveis tentou entregar sem êxito as petições no edifício da Quinta Avenida, em frente do Central Park, onde Murdoch mora.

"Isso não é apenas sobre escutas telefônicas", disse o diretor-executivo da Color of Change, Rashad Robinson, ao se referir ao protesto. "Mais de 110 mil membros da Color of Chance pediram à Fox News para acabar com sua provocação racial. E (o diretor da Fox News) Roger Ailes e Rupert Murdoch permaneceram em si­­lêncio, demonstrando que estão dispostos a fazer qualquer coisa para obter lucro", criticou.

A Color of Change acusa o ca­­nal de notícias americano de re­­correr a "esteriótipos raciais" em certas referências ao presidente Barack Obama.

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