Embaixadora do Brasil desconsidera ação militar
Ao deixar a presidência do Conselho de Segurança da ONU, a embaixadora do Brasil, Maria Luiza Ribeiro Viotti, afirmou hoje que o emprego de novas medidas, inclusive militares, contra o governo da Líbia não está no horizonte da entidade.
"Não há discussão real sobre isso. O Conselho está focado na implementação da resolução aprovada na semana passada. Demos um sinal muito forte de que não se admite violência nessa escala contra civis", afirmou.
Satisfeita com a votação unânime da resolução que impôs sanções a Muamar Kadafi, decretou o embargo de armas e remeteu a denúncia ao Tribunal Penal Internacional, a embaixadora admite que seria muito mais difícil obter consenso para uma ação militar.
Sobre a eficácia das medidas, explicou que elas são dirigidas, "às pessoas que estão no círculo mais próximo de poder de Kadafi".
Londres - Seif al-Islam Kadafi, filho do líder líbio Muamar Kadafi, negou que o governo de seu pai tenha atacado civis. A declaração foi feita ontem durante uma entrevista à emissora britânica Sky News. "Dê-me apenas uma única evidência", disse o filho de Kadafi, dizendo aos jornalistas que eles estavam livres para ir a qualquer lugar do país.
Indagado se ele categoricamente negava que o regime havia atacado seu próprio povo com aviões, ele disse "sim, nós negamos isso". "Estamos prontos para qualquer missão de investigação de qualquer país do mundo. Agora, temos centenas de repórteres. Eles podem ir onde quiserem, reunirem-se com quem quiserem. Dê-me apenas uma única evidência", disse ele.
Seif também negou a informação de que o governo havia perdido o controle no leste da Líbia, mas admitiu que não existe mais um exército organizado na região. "Há um problema no leste, temos de admitir. Mas o leste corresponde a apenas 20% do país. O restante está ok", disse ele.
"Há alguns grupos terroristas, poucos, em duas cidades. Eles querem criar seus próprios Estados. Eles têm um canal de rádio e uma pequena milícia, mas não é nada importante." E afirmou: "O restante da população, os dois milhões de pessoas aqui [em Trípoli], não estão com eles".
O filho de Kadafi acrescentou que "não temos a intenção de ser uma família governante. Eu disse isso muitas, muitas vezes antes, nos últimos dez anos. Precisamos da democracia na Líbia. Mas precisamos começar com leis, Constituição, governos locais, eleição".
"Agora, a prioridade é restaurar a paz e a harmonia", afirmou. "No momento, ninguém está falando sobre mudança de regime porque isso não é prioridade para ninguém."
As forças de Kadafi mantêm o controle de Trípoli e Syrte e combatem em várias outras cidades. Os mais importantes centros do leste do país estão nas mãos dos rebeldes.