A dois dias do referendo na Crimeia, EUA e Rússia fracassaram mais uma vez na tentativa de buscar uma solução para a crise na região autônoma pertencente à Ucrânia.

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Foram seis horas de reunião em Londres entre o secretário de Estado americano, John Kerry, e o ministro de Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov. Em vão.

Cada lado manteve sua posição divergente, e nada mais será discutido até sábado (15), quando a população da Crimeia deve aprovar a decisão do Parlamento de anexação ao território da Rússia.

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O ministro russo avisou Kerry que o presidente Vladimir Putin não tomará nenhuma medida antes do resultado do referendo.

A consulta é considerada ilegal pelos EUA e pelo novo governo da Ucrânia, que substituiu recentemente o presidente destituído Viktor Yanukovich.

"Para nós, o referendo é contrário à Constituição da Ucrânia, viola o direito internacional. A comunidade internacional não vai reconhecê-lo", disse Kerry. Segundo ele, a conversa com Lavrov foi "direta e franca", e a Rússia foi informada de que haverá "consequências" - no caso, sanções econômicas.

O ministro russo afirmou que os dois países têm posições divergentes sobre o tema, criticou a ameaça de sanção e sinalizou claramente que Moscou deve aceitar o pedido de anexação da península: "Vamos respeitar o desejo do povo da Crimeia".

Ou seja, o presidente Vladimir Putin só espera o resultado do referendo para defender que é preciso aceitar a decisão da população - convocada para votar às pressas, numa manobra política das forças pró-Rússia que assumiram o controle do Parlamento da Crimeia.

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Nesta sexta (15), os cossacos, homens vestidos de roupas militares do Império Russo, mantinham a proteção dos prédios públicos da capital da Crimeia, Simferopol. Não havia soldados russos encapuzados pelas ruas do centro, mas a reportagem cruzou com cinco caminhões militares não identificados, levando dezenas de homens.

O aeroporto ainda está restrito a voos que chegam de Moscou - os de Kiev continuam vetados. Em Sebastopol, onde a Rússia mantém sua frota naval para o Mar Negro, um navio descarregou mais soldados russos.

Moscou anunciou ainda que caças de combate começaram a realizar exercícios de treinamento no mar Mediterrâneo, em mais um movimento militar que intensifica a crise com a Ucrânia, um país com um poderio bélico bem menor do que o dos vizinhos.

A crise na Crimeia começou com a queda, no mês passado, de Yanukovich, um aliado de Putin.

Um novo governo assumiu em Kiev, com o apoio das potências ocidentais. Como resposta, forças pró-Rússia assumiram o controle militar da Crimeia.

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