França e Itália disseram na segunda-feira que entraram num acordo sobre as reformas institucionais de base necessárias para que a União Européia funcione de forma mais eficaz, e sobre a necessidade de reforçar a governança econômica da Europa.
Líderes da UE devem discutir um novo tratado para superar o impasse institucional do bloco na cúpula que acontece em junho, e a convergência de opiniões entre o novo presidente francês, Nicolas Sarkozy, e o premiê italiano, Romano Prodi, faz com que aumente a probabilidade de que haja acordo.
Na semana passada Prodi disse que não concordaria com a eliminação do tratado constitucional do bloco, que foi rejeitado nas urnas pelos franceses e holandeses em 2005, mas aparentemente chegou a um acordo com Sarkozy durante um encontro em Paris.
"Estamos unidos pela disposição comum de reforçar as instituições da União Européia", disse Prodi numa entrevista coletiva, acrescentando que França e Itália apresentarão as mesmas objeções na cúpula de Bruxelas, entre 21 e 22 de junho.
Sarkozy, que já propôs um "tratado simplificado" para substituir a constituição rejeitada da UE, disse que os dois países concordaram com a necessidade de um mandato maior para a presidência rotativa do bloco, com a necessidade de um ministro das Relações Exteriores e com novas votações.
"A Itália ratificou a constituição, e a França, como vocês sabem, não ratificou. E foi muito importante ter havido uma convergência entre Itália e França para tentarmos sair do impasse atual", disse Sarkozy na mesma entrevista coletiva.
Os dois consideraram o fim do impasse institucional sua maior prioridade, e Sarkozy deixou claro que vai haver mais tempo para discutir sua já famosa oposição à entrada da Turquia no bloco. "Por que não levantei a questão logo? Porque minha prioridade, assim como a do premiê Prodi, é fazer da presidência alemã e da cúpula da União Européia um sucesso", disse Sarkozy, respondendo a uma pergunta.
Ele acrescentou que seria bobagem colocar assuntos demais na agenda da cúpula de junho. "O que temos de fazer? Tentar achar uma saída para o impasse institucional", disse.
Sarkozy e Prodi também falaram da questão da governança econômica européia. O líder francês disse que os dois países concordam que ela deve ser reforçada, mas sem especificar o que isso significa.
O presidente francês afirmou numa viagem a Bruxelas na semana passada que a zona do euro precisa de um "governo econômico" para aumentar a oferta de empregos e o crescimento, mas ressaltou que não estava questionando a independência do Banco Central Europeu.
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