Um advogado de Julian Assange, fundador do site WikiLeaks, disse nesta quarta-feira (15), que seus apoiadores já arrecadaram cerca de metade da fiança de 200 mil libras estipulada por um juiz britânico para que ele aguarde em liberdade o processo que pode levar à sua extradição para a Suécia, onde é acusado de crimes sexuais.

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Um tribunal decidirá na quinta-feira (16) sobre um recurso da promotoria sobre a concessão de liberdade a Assange sob fiança. O advogado Mark Stephens disse que pessoas comuns pediram para contribuir com o pagamento da fiança - equivalente a 317,4 mil dólares.

Assange, que tem irritado os EUA por causa da divulgação de milhares de comunicações diplomáticas secretas, poderá ser libertado na audiência na quinta-feira à noite. Ele nega as acusações de crimes sexuais, que diz serem politicamente motivadas.

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"Temos de aparecer (na audiência judicial) com 200 mil libras, em notas de libras, e isso é difícil de conseguir", disse Stephens à BBC News. "Já temos cerca de metade disso, mas é claro que as pessoas vão entender que mesmo pessoas ricas não mantêm uma quantia dessas solta por aí."

Personalidades como o cineasta norte-americano Michael Moore, o jornalista australiano John Pilger e o escritor britânico Hanif Kureishi já manifestaram apoio a Assange. O advogado criticou as autoridades suecas por não especificarem se a audiência do recurso seria na quarta ou quinta-feira, o que aumenta os gastos jurídicos de Assange.

"Por que as autoridades suecas estão tão determinadas em fazer com que Julian Assange passe o Natal na cadeia? Será que elas têm os genes de Scrooge?", disse ele, referindo-se ao abjeto personagem criado por Charles Dickens em "Um Conto de Natal".

A condição da Justiça para soltar Assange é que ele se instale na mansão rural de um simpatizante na Inglaterra, se apresente diariamente à polícia e use um localizador eletrônico.

Além da fiança de 200 mil libras, a corte exigiu também 40 mil dólares em garantias, a serem pagos por fiadores para o caso de ele desaparecer.

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Gemma Lindfield, que representa o governo sueco no caso, disse em audiência na terça-feira que Assange não deveria ser solto, porque "nenhuma condição que a corte impuser poderia impedir sua fuga".