Líderes do G8 iniciam cúpula entre divergências e protestos

Angela Merkel tenta chegar a um acordo com Bush sobre a mudança climática.

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A chanceler alemã, Angela Merkel, mostrou nesta sexta-feira (8) sua satisfação com o desenvolvimento da cúpula do Grupo dos Oito (G-8, os sete países mais desenvolvidos e a Rússia).

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Logo após o encontro que durou três dias em Heiligendamm, na Alemanha, ela disse que que o futuro da região do Kosovo foi o único tema sobre o qual não foi alcançado um consenso. Já sobre o Irã, todos entraram em um acordo e foram contra o plano nuclear do país asiático.

Durante a entrevista coletiva final, Merkel ressaltou o acordo alcançado para enfrentar a mudança climática, com o compromisso de deixar nas mãos da ONU o processo para conseguir a redução em 50% das emissões poluentes até 2050.

A chanceler alemã ressaltou o início do "Processo de Heiligendamm", pelo qual as cinco nações emergentes mais importantes - Brasil, China, Índia, México e África do Sul - e o G-8 institucionalizam a partir de agora um contato permanente.

Merkel disse que não é partidária de aumentar o número de membros do G-8, formado por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Reino Unido, Itália, Japão e Rússia.

"Em dois dias, não é possível resolver todos os problemas que afligem o mundo", disse a chanceler alemã, afirmando que, apesar de tudo, foram alcançados muitos progressos e se referiu a acordos como a ajuda de US$ 60 bilhões (cerca de R$ 120 bilhões) para combater a Aids, a malária e a tuberculose na África.

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Merkel disse que os países africanos devem estar conscientes de que a ajuda econômica do G-8 está destinada, fundamentalmente, para os Governos que se comprometam a ter uma gestão limpa e transparente, que tomem medidas claras contra a corrupção e que invistam em seu povo.

Nesse contexto, disse que o Japão fez uma proposta de criar um fórum que supervisione o cumprimento dos critérios da ajuda, iniciativa que o presidente da União Africana, John Kuffour, já tinha considerado boa.

Kosovo

O presidente da França, Nicolas Sarkozy, acredita que Kosovo deverá ter uma solução em seis meses.

"A proposta que fiz é que em primeiro lugar o presidente russo Vladimir Putin reconheça a perspectiva inevitável da independência do Kosovo. Depois de seis meses, duas soluções: ou Belgrado e Pristina encontraram um estatuto melhor, ou se aplica o plano de Ahtisaari", disse Sarkozy.

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O plano do mediador da ONU Martti Ahtisaari, que prevê a independência da província sob vigilância internacional, é apoiado por vários países mas é rejeitado pela Sérvia e pela Rússia, aliado tradicional deste país da ex-Iugoslávia.

"Seria difícil se opor ao veto da Rússia em caso de deliberação no Conselho de Segurança da ONU. Penso que é melhor evitar o conflito por enquanto", disse Sarkozy.

Irã

O G-8 ameaçaram nesta sexta-feira adotar novas medidas contra o Irã se Teerã continuar se negando a suspender o enriquecimento de urânio, como pediu a comunidade internacional.

"Seguimos unidos em nossa decisão de acabar com as preocupações sobre a proliferação provocadas pelo programa nuclear do Irã", destacaram Estados Unidos, Rússia, França, Reino Unido, Itália, Japão, Alemanha e Canadá em um comunicado publicado ao fim da cúpula do G8 na Alemanha.

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"Lamentamos que o Irã não tenha respeitado até agora as resoluções da ONU que pedem a interrupção do programa de enriquecimento de urânio, e apoiaremos novas medidas caso o Irã continue sem cumprir suas obrigações", destaca o texto. Coréia do Norte

Os países-membros do Grupo dos Oito (G8, os sete países mais desenvolvidos e a Rússia) exigiram hoje ao Governo da Coréia do Norte um "em breve e completo desarmamento nuclear", ao final da cúpula realizada no balneário báltico de Heiligendamm.

A declaração final da cúpula pede de Pyongyang a "rápida aplicação" dos acordos alcançados nas conversas multilaterais de fevereiro, que contemplam, como primeiro passo, o fechamento da usina nuclear norte-coreana de Yongbyon.

Os líderes do grupo condenam também a explosão nuclear controlada realizada pela Coréia do Norte em outubro, que qualificam de "clara ameaça à paz mundial e à segurança internacional".

Por fim, exigem que a Coréia do Norte não volte a realizar teste atômico e acabe "completa, verificável e irreversivelmente" com seu programa e armas nucleares.

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