Shirin Ebadi, iraniana ganhadora do Prêmio Nobel da Paz, pediu nesta quinta-feira (2) ao secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-Moon, a indicação de um enviado especial para investigar abusos contra os direitos humanos no Irã.
Numa carta também assinada pelos grupos Federação Internacional pelos Direitos Humanos e Liga Iraniana pela Defesa dos Direitos Humanos, Ebadi pede a Ban o envio de alguém para investigar abusos que se seguiram às eleições presidenciais de junho.
Um porta-voz de Ban afirmou que a carta havia sido recebida pelo gabinete do secretário-geral. Ban está no momento numa missão em Mianmar, discutindo a possibilidade da libertação de presos políticos e da realização de eleições no país.
Segundo a carta, Ebadi, advogada especialista em direitos humanos, havia feito o pedido diretamente a Ban, por telefone, em 23 de junho, onze dias depois do pleito no Irã.
A ONU havia divulgado a conversa telefônica, mas sem mencionar o pedido por um enviado especial.
Ebadi recebeu o Nobel da Paz em 2003, devido aos seus esforços para promover a democracia e os direitos humanos, em particular os direitos de mulheres e crianças.
As ações das forças de segurança iranianas contra manifestantes que questionavam o resultado eleitoral foram condenadas pelo Ocidente e por Ban. Autoridades iranianas sustentam que a votação foi limpa.
"Gostaríamos de reiterar o nosso chamado ao senhor para que seja nomeado um enviado para o Irã", diz a carta.
"Esse enviado se beneficiaria da sua autoridade nas relações com Teerã, uma autoridade que não é reconhecida nos grupos de direitos humanos do Irã e de fora, no contexto dessa repressão", declara o documento.
A disputa eleitoral de 12 de junho foi entre o atual presidente conservador, Mahmoud Ahmadinejad, e o mais moderado Mirhossein Mousavi.
Os protestos e os confrontos depois do anúncio do resultado favorável ao atual presidente deixaram, segundo a mídia oficial, 20 mortos.
Ebadi fez um chamado para que Ahmadinejad processe os que atiraram contra manifestantes e indenize as famílias das vítimas. Ela defende novas eleições, supervisionadas pela ONU.
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