O governo da Bolívia não pretende declarar estado de sítio em algumas regiões do país e denunciou que os distúrbios ocorridos na terça-feira (9), organizados por opositores do presidente Evo Morales em Santa Cruz, são "o início de um golpe de Estado". Numa entrevista coletiva, o ministro Alfredo Rada acusou o governador de Santa Cruz, Rubén Costas, e o líder cívico Branco Marincovik de promoverem uma "violência fascista com o objetivo de acabar com a democracia". Rada conversou com jornalistas depois de uma longa reunião de Morales com seus ministros e o comando do Exército para avaliar a violência de rua ocorrida em Santa Cruz.
Grupos de choque subordinados a líderes cívicos de Santa Cruz atacaram, na terça-feira, a Polícia Militar, agrediram as forças de segurança e incendiaram e saquearam repartições públicas. Um dos prédios públicos atacados foi o da Empresa Nacional de Telecomunicações (Entel), nacionalizada em maio por Morales.
Terça-feira foi o dia mais violento dos últimos tempos em Santa Cruz, principal bastião da oposição a Morales. Funcionários bolivianos desmentiram rumores de que o fornecimento de gás ao Brasil a partir de uma usina em Villamontes teria sido interrompido depois de o local ter sido ocupado por opositores do governo.
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