O governo de Hong Kong suspendeu nesta quinta-feira (9) o diálogo com os estudantes pró-democracia iniciado depois de mais de uma semana de protestos que paralisaram partes da cidade. Os líderes estudantis e o Executivo local haviam concordado na terça-feira em realizar uma reunião nesta sexta-feira para debater as reivindicações dos ativistas. Mas, o governo afirmou que as conversas foram "seriamente comprometidas" por comentários dos líderes estudantis e não seriam construtivas.
"As bases para um diálogo construtivo foram minadas. É impossível manter um encontro construtivo amanhã", afirmou a número dois do Executivo local, Carrie Lam.
O anúncio ocorreu horas depois de líderes estudantis pediram para os partidários redobrarem seus esforços para ocupar a principal área de protesto, denominada "Praça dos Guarda-Chuvas". Os ativistas prometeram não recuar, mesmo com a queda do número de manifestantes que ocupam ruas de áreas comerciais da ex-colônia britânica nesta semana.
O anúncio do governo foi recebido com críticas dos manifestantes.
"Dois dias atrás, eles queriam falar, agora eles não vão mais", disse Candice Heung, uma administradora da universidade que se uniu aos protestos.
Os estudantes ocuparam as ruas de Hong Kong desde 28 de setembro. Os ativistas exigem a renúncia do número um do Executivo, Leung Chun-ying, e o direito de nomear um candidato próprio nas eleições de 2017. A China classificou os protestos de ilegais, mas até agora deixou o governo de Hong Kong lidar com as manifestações
Apesar de a China concordar em estabelecer o sufrágio universal na próxima eleição ao Executivo do território autônomo em 2017, pretende manter o controle das candidaturas, uma proposta inaceitável para o movimento pró-democracia.
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